Por alturas do lançamento do seu mais recente livro, Inês Pedrosa disse isto à Time Out:
"Não há géneros, há pessoas. O que me interessou perceber neste livro – e eu escrevo para me aproximar daquilo que não percebo – foi como lidar com o conceito de amizade entre os homens. A amizade é a matriz das relações neste início de século. A possibilidade de escolher as pessoas que povoam a nossa biografia mudou a nossa vida. E a amizade surge dessa dispersão, é o que perdura."
Mas o seu livro revela uma nítida diferença de géneros (ou pelo menos de comportamentos), ao qual ela tenta justificar:
"Há uma diferença no entendimento da amizade. As mulheres são mais frontais, mais exigentes, os afectos são mais cultivados, e os cortes são por isso mais radicais."
É por isso que cada um dos personagens (homens) de "Os Íntimos" sente-se confortável entre amigos. Mesmo quando está perdido, há uma parede sólida para reconhecer, tactear e prosseguir:
Somos libertários e conservadores, cavalheiros e carroceiros, apreciamos um sentido de tribo que já não se usa nem se defende, a não ser forrado de penas e cercado por cubatas. Sabemos destrinçar o bem do mal, separar as espinhas de uma cabeça de peixe, dizer se um vinho presta só pela cor e pelo cheiro, chegar ao osso de um leitão. Guiamo-nos por saberes arcaicos sem nos rendermos ao engodo do arcaísmo que encadeia a era em que nos coube nascer. Gozamos um privilégio de existir num país amestrado pela liberdade, embora cerimonioso e parco com ela. É o que se pode ler na página 25 deste interessante livro. É interessante e está irrepreensivelmente bem escrito, é outro facto, mas vive demasiado dos estereótipo. E há por lá tantos...
Um homem que não saiba guardar um segredo não é bem um homem. O secretismo é uma das pedras basilares da masculinidade, tal como o respeito pelas hierarquias e pela autoridade. A compaixão é uma armadilha do mulherio que deita tudo a perder.
As mulheres são muito dadas à correspondência. Os Correios deviam ter promoções especiais para mulheres. Podem ser as primeiras a agarrar-se ao email, ao facebook e ao twitter, mas continuam a gostar de escolher selos, postais, cartões e papel perfumado. São imbatíveis em correspondência amorosa, e têm consciência disso.
Somos libertários e conservadores, cavalheiros e carroceiros, apreciamos um sentido de tribo que já não se usa nem se defende, a não ser forrado de penas e cercado por cubatas. Sabemos destrinçar o bem do mal, separar as espinhas de uma cabeça de peixe, dizer se um vinho presta só pela cor e pelo cheiro, chegar ao osso de um leitão. Guiamo-nos por saberes arcaicos sem nos rendermos ao engodo do arcaísmo que encadeia a era em que nos coube nascer. Gozamos um privilégio de existir num país amestrado pela liberdade, embora cerimonioso e parco com ela. É o que se pode ler na página 25 deste interessante livro. É interessante e está irrepreensivelmente bem escrito, é outro facto, mas vive demasiado dos estereótipo. E há por lá tantos...
Um homem que não saiba guardar um segredo não é bem um homem. O secretismo é uma das pedras basilares da masculinidade, tal como o respeito pelas hierarquias e pela autoridade. A compaixão é uma armadilha do mulherio que deita tudo a perder.
As mulheres são muito dadas à correspondência. Os Correios deviam ter promoções especiais para mulheres. Podem ser as primeiras a agarrar-se ao email, ao facebook e ao twitter, mas continuam a gostar de escolher selos, postais, cartões e papel perfumado. São imbatíveis em correspondência amorosa, e têm consciência disso.
1 comentário:
"Ela possuía um talento particular para cartas de amor, e eu gosto de alimentar talentos. Enquanto conversava com ela, esquecia-me do tempo. Gosto de me esquecer do tempo".
(Os íntimos, Inês Pedrosa, Ed. Alfaguara, p. 93)
DEvorei o livro em três horas. Preciso dizer que adorei? :)
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