Já todos mais ou menos sabemos as consequências económicas da política de subsidiarização do arranque de videiras que reinou, sobretudo nos anos 90, em Portugal. Mas quem viveu ou conheceu a realidade antes dessa época e vive ou conhece a actual, estará em melhores condições para perceber as grandes mudanças. Opto por meter de lado os rácios e estatísticas do antes e do depois e, simplesmente, olhar para as transformações paisagísticas.
A "Quinta do Valongo", em Abrigada, é um bom exemplo disso. Tenho algumas dúvidas se era esse o seu nome oficial, mas pelo menos era assim que o meu pai lhe chamava. Ele como chegou a trabalhar por lá, antes de se ter aventurado com o seu próprio negócio, terá a sua boa dose de credibilidade. Tenho vagas, mas boas, recordações de infância deste local, já que o meu pai, certamente com esperanças que me despertasse o gosto pela agro-pecuária (se assim for, o processo das desilusões começou cedo, coitado!), levou-me, em tempos de "férias grandes", algumas vezes consigo.
Sobretudo naquele tempo, esta quinta, pela sua dimensão e diversidade de negócios, era um mundo à parte. Havia sempre qualquer coisa a acontecer, qualquer coisa para ver e aprender. A começar nos vários currais e no estábulo, passando pelas casas principais (uma mais antiga, que se encontra hoje em ruínas, e outra mais recente) e os anexos, onde se incluía a casa dos caseiros (que também tinham a sua própria criação de animais), mais adiante, a casa dos outros empregados fixos (onde o meu pai trocava de roupa e aquecia o nosso almoço), depois, a grande adega e terminando num pavilhão, que, salvo erro, era onde se criavam aves - isto, de norte para sul. Lembro-me também da imagem das vinhas a perder de vista pelas encostas adjacentes e que começavam mesmo ali ao lado daquelas casas.
Pouco mais de 10 anos depois da empresa Avipor, SA - actual proprietária da quinta - ter aceite o subsídio aprovado pelos ministros da Agricultura da União Europeia para o "grande desenvolvimento do meio rural europeu" (?), o resultado está à vista. Fica uma amostra do que sobreviveu ao "desenvolvimento"... E a desolação.
A "Quinta do Valongo", em Abrigada, é um bom exemplo disso. Tenho algumas dúvidas se era esse o seu nome oficial, mas pelo menos era assim que o meu pai lhe chamava. Ele como chegou a trabalhar por lá, antes de se ter aventurado com o seu próprio negócio, terá a sua boa dose de credibilidade. Tenho vagas, mas boas, recordações de infância deste local, já que o meu pai, certamente com esperanças que me despertasse o gosto pela agro-pecuária (se assim for, o processo das desilusões começou cedo, coitado!), levou-me, em tempos de "férias grandes", algumas vezes consigo.
Sobretudo naquele tempo, esta quinta, pela sua dimensão e diversidade de negócios, era um mundo à parte. Havia sempre qualquer coisa a acontecer, qualquer coisa para ver e aprender. A começar nos vários currais e no estábulo, passando pelas casas principais (uma mais antiga, que se encontra hoje em ruínas, e outra mais recente) e os anexos, onde se incluía a casa dos caseiros (que também tinham a sua própria criação de animais), mais adiante, a casa dos outros empregados fixos (onde o meu pai trocava de roupa e aquecia o nosso almoço), depois, a grande adega e terminando num pavilhão, que, salvo erro, era onde se criavam aves - isto, de norte para sul. Lembro-me também da imagem das vinhas a perder de vista pelas encostas adjacentes e que começavam mesmo ali ao lado daquelas casas.
Pouco mais de 10 anos depois da empresa Avipor, SA - actual proprietária da quinta - ter aceite o subsídio aprovado pelos ministros da Agricultura da União Europeia para o "grande desenvolvimento do meio rural europeu" (?), o resultado está à vista. Fica uma amostra do que sobreviveu ao "desenvolvimento"... E a desolação.
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