domingo, maio 11, 2008

Porno – Parte I: The pussies are bullshit

Lembram-se do DNA? Um extinto suplemento do DN. Era um leitor fiel, guardei várias edições e numa delas há uma grande reportagem sobre a pornografia americana. Trata-se de uma tradução de um artigo de Martin Amis, publicado na revista Talk. Recuo, então, ao ano de 2001, para recordar os interessantes testemunhos dos principais protagonistas deste negócio, que continua a render biliões – facto: no final dos anos 90, os americanos gastaram dez biliões de dólares por ano em sexo indirecto - e a levantar questões, que, em parte e por partes, passo a transcrever.

Stagliano, realizador. Com a cena vaginal, elaborou Stagliano, temos uma miúda a contorcer-se e a gemer. E o espectador com verdadeiro discernimento com certeza pensa: “Isto é a sério ou é tudo uma grande treta?” Com o sexo anal, por outro lado, a actriz é obrigada a produzir outro tipo de reacção mais gutural, mais animal. Ou segundo as palavras do realizador: “A personalidade dela tem que vir ao de cima. Queremos tipos que fodam mesmo bem e que façam com que as miúdas tenham um ar mais... viril”. Viril significa masculino; mais uma vez, Stagliano puxa do seu inglês mais sofisticado. Queremos que as raparigas nos mostrem “a sua testosterona”.
Mais à frente fala do conhecido actor e seu amigo Rocco Siffredi. “Fui o primeiro a filmar o Rocco. Juntos evoluímos para coisas mais duras. O Rocco começou a cuspir nas miúdas. Uma coisa forte, de domínio masculino, com as mulheres a serem levadas ao limite. Parece violência, mas não é. Quer dizer, o prazer e a dor são a mesma coisa, certo? O Rocco faz o que o mercado lhe manda. O que tem sucesso no mercado é a realidade”. Logo os olhos do cu (assholes) são uma realidade. E “as ratas (pussies) são uma treta (bullshit)”.

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