Há um recém-inaugurado Centro Comercial em S. João da Madeira que possui um parque de estacionamento muito peculiar. Para além dos habituais lugares reservados a pessoas com mobilidade condicionada, vulgo deficientes (motores, apesar de alguns “mentais” por vezes ocuparem-lhes esses espaços), a grávidas, para pessoas com crianças de colo, idosos, este C.C. nortenho reservou lugares para senhoras e para viaturas que tragam mais de duas pessoas! Tudo isso pode ser comprovado por esse placard que mostro no topo deste post ou in loco, nos próprios parques subterrâneos do C. C. 8ª Avenida em S. João da Madeira, com todas as corezinhas específicas a demarcar o piso dos respectivos lugares com reserva. Diz, quem já viu, que o piso dos parques parecem um autêntico arco íris.
O responsável deste espaço, José Duarte Glória, justifica a existência destes lugares especiais com questões de gentileza (um lugar de parqueamento feminino corresponde a um lugar e meio dos ditos normais) e de segurança (os lugares reservados são os que se encontram mais perto dos acessos à área comercial, evitando assim “longas” e “arriscadas” deslocações no parque). Ponderando um pouco sobre o caso, fico com sérias dúvidas perante a razoabilidade deste tipo de discriminação. Positiva, mas não deixa de ser discriminação. Esclareça-se que, nem eu, nem ninguém, por mais ou menos competente que seja a fazer manobras de estacionamento, recusaria a opção de poder estacionar o carro num espaço de 3 por 5 metros (mesmo que esteja pintado de cor-de-rosa-choque!), o problema aqui reside no facto de tal estar condicionado à utilização por pessoas com as mesmas capacidades que eu e todos os outros restantes condutores - que não possuem vagina – em que única particularidade diferencial é efectivamente possuírem uma vagina! A não ser que o senhor José Glória seja detentor de uma teoria que explique o contrário.
Assim sendo, fica demonstrado como um gesto aparentemente “gentil e simpático” pode também ser um atestado de “nabice” passado a todas as mulheres em geral, ou às clientes desta superfície comercial em especial, e uma carga de trabalhos para uns tantos outros clientes que vão ter para conseguir convencer alguém entrar no seu carro só para poder estacionar num lugar cativo e verdinho destinado a viaturas com um número mínimo exigível de passageiros.
Quem teve estas “brilhantes” ideias, para compensar o público masculino, mandou colocar uns manequins em poses “sensuais” do outro lado do vidro dos urinóis no WC público. E, certamente, não deixou de ponderar nas várias formas de controlar as regras de parqueamento, por tal, não deve faltar por lá uma brigada de inspectores incumbidos da tarefa de supervisionar o sexo e o número de passageiros que cada veículo trás.
Questionei uma amiga sobre o que achava do assunto e ela aprontou-se em resumir, numa frase, tudo o que eu estive para aqui a tentar explicar em tantas: “Isto parece o apartheid mas numa versão parola, tipicamente portuguesa”.
O responsável deste espaço, José Duarte Glória, justifica a existência destes lugares especiais com questões de gentileza (um lugar de parqueamento feminino corresponde a um lugar e meio dos ditos normais) e de segurança (os lugares reservados são os que se encontram mais perto dos acessos à área comercial, evitando assim “longas” e “arriscadas” deslocações no parque). Ponderando um pouco sobre o caso, fico com sérias dúvidas perante a razoabilidade deste tipo de discriminação. Positiva, mas não deixa de ser discriminação. Esclareça-se que, nem eu, nem ninguém, por mais ou menos competente que seja a fazer manobras de estacionamento, recusaria a opção de poder estacionar o carro num espaço de 3 por 5 metros (mesmo que esteja pintado de cor-de-rosa-choque!), o problema aqui reside no facto de tal estar condicionado à utilização por pessoas com as mesmas capacidades que eu e todos os outros restantes condutores - que não possuem vagina – em que única particularidade diferencial é efectivamente possuírem uma vagina! A não ser que o senhor José Glória seja detentor de uma teoria que explique o contrário.
Assim sendo, fica demonstrado como um gesto aparentemente “gentil e simpático” pode também ser um atestado de “nabice” passado a todas as mulheres em geral, ou às clientes desta superfície comercial em especial, e uma carga de trabalhos para uns tantos outros clientes que vão ter para conseguir convencer alguém entrar no seu carro só para poder estacionar num lugar cativo e verdinho destinado a viaturas com um número mínimo exigível de passageiros.
Quem teve estas “brilhantes” ideias, para compensar o público masculino, mandou colocar uns manequins em poses “sensuais” do outro lado do vidro dos urinóis no WC público. E, certamente, não deixou de ponderar nas várias formas de controlar as regras de parqueamento, por tal, não deve faltar por lá uma brigada de inspectores incumbidos da tarefa de supervisionar o sexo e o número de passageiros que cada veículo trás.
Questionei uma amiga sobre o que achava do assunto e ela aprontou-se em resumir, numa frase, tudo o que eu estive para aqui a tentar explicar em tantas: “Isto parece o apartheid mas numa versão parola, tipicamente portuguesa”.
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