Tenho amigos que passam a vida a mudar de país para país e mesmo assim nunca me parecem satisfeitos com a vida que têm. Estas legítimas migrações visam sobretudo alcançar melhores condições de vida, mas nem sempre as expectativas criadas em relação à sua nova morada corresponde ao que efectivamente esperavam. São desilusões atrás de desilusões, sem parar um pouco para pensar nas várias hipóteses e potencialidades que aquele local lhes poderá oferecer.
São opções e eu respeito-as. Mas sabem o que é mais me chateia no meio disto tudo? É que mesmo compreendendo as razões pela qual saíram de Portugal e desejando-lhes a maior das felicidades, não consigo deixar de pensar na falta que eles me fazem e que tal não me pareça recíproco. Ou sou eu que sou um pouco egoísta por achar que a nosso tipo relacionamento só é possível de se manter com uma presença física ou são eles que tem um conceito demasiado descartável de amizade.
Não, eu não sei se lhes faço falta! Acredito que sim, mas efectivamente não o sei. O que sei é o que me foi dito e ouvi. Ouvi-lhes as preocupações e lamentações no que diz respeito às condições que iriam encontrar por lá, ou se as "coisas" no supermercado seriam mais caras, ou se lhes podia tratar do IRS na sua ausência, ou se os filmes por lá eram dobrados ou tinham traduções e por aí a fora... Portanto pareceu-me que o valor da nossa amizade nunca chegou a ser um factor importante a ter em consideração quando um dia decidiram dar de “frosques”.
É verdade que as relações sólidas e autênticas podem continuar no tempo, mesmo quando a frequência com que vemos as pessoas não é assim tão grande. Não duvido dessa premissa, mas parece-me igualmente verdade que tendemos a apegar-nos mais às pessoas com quem passamos mais tempo, com quem partilhamos trivialidades, pequenos acontecimentos sem grande relevância, diluídos ao longo de um dia, mas que vão constituindo uma intimidade real.
A inevitabilidade de uma distância física se tornar em distância emocional também me parece um facto bem realista. Realisticamente duro de admitir.
São opções e eu respeito-as. Mas sabem o que é mais me chateia no meio disto tudo? É que mesmo compreendendo as razões pela qual saíram de Portugal e desejando-lhes a maior das felicidades, não consigo deixar de pensar na falta que eles me fazem e que tal não me pareça recíproco. Ou sou eu que sou um pouco egoísta por achar que a nosso tipo relacionamento só é possível de se manter com uma presença física ou são eles que tem um conceito demasiado descartável de amizade.
Não, eu não sei se lhes faço falta! Acredito que sim, mas efectivamente não o sei. O que sei é o que me foi dito e ouvi. Ouvi-lhes as preocupações e lamentações no que diz respeito às condições que iriam encontrar por lá, ou se as "coisas" no supermercado seriam mais caras, ou se lhes podia tratar do IRS na sua ausência, ou se os filmes por lá eram dobrados ou tinham traduções e por aí a fora... Portanto pareceu-me que o valor da nossa amizade nunca chegou a ser um factor importante a ter em consideração quando um dia decidiram dar de “frosques”.
É verdade que as relações sólidas e autênticas podem continuar no tempo, mesmo quando a frequência com que vemos as pessoas não é assim tão grande. Não duvido dessa premissa, mas parece-me igualmente verdade que tendemos a apegar-nos mais às pessoas com quem passamos mais tempo, com quem partilhamos trivialidades, pequenos acontecimentos sem grande relevância, diluídos ao longo de um dia, mas que vão constituindo uma intimidade real.
A inevitabilidade de uma distância física se tornar em distância emocional também me parece um facto bem realista. Realisticamente duro de admitir.
5 comentários:
Agent,
Que post tao bonito!
Tenho a certeza que deves ser um amigo, daqueles que ja nao se fazem...
Foram descontinuados na fabrica por darem prejuizo de tanta materia-prima boa que era necessaria!
Bom Fim de semana
Beijinhos
bebe
Obrigado pelas tuas simpáticas palavras, bebe.
Tento dizer o que vai cá para dentro e sai-me sempre qualquer coisa em modo de desabafo. Os desabafos, pela forma livre como são ditos, correm sempre o risco de serem mal interpretados, mas devem sempre ser entendidos (e/ou desculpados). Pelo menos deve tentar-se... ;)
hahahaha...bem trabalhado pá !!! tu tás lá !!! tens jeito pra escrita, e as palavras soam naturais e por vezes profundas, isto pondo um pouco de lado a verdade das coisas.....é a vida....
Verdade ou nao, foi um post bem escrito e com palavras bem bonitas.
Dixit!
bebe
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