segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Smell like excessive-quantity-of-smoke

Foi aquela banda de covers rock que nos fez ir àquele local. Os meus amigos já conheciam-nos, no entanto, para mim, no passado sábado sucedeu uma dupla estreia, uma nova banda e um novo local: o “Armazém do Sal”, na Azambuja, em pleno Ribatejo (Sul). Bar dançante, espaçoso e com um ambiente agradável. Quando lá chegamos, já os Declinios iam a meio da sua versão de “Ruby” dos Kaiser Chiefs. Não os via, mas ouvi-os até bastante bem. A casa estava cheia e só faltavam-lhes uma certa elevação física, tipo: um palco, para que pudessem ser distinguidos do público que queria estar mais junto deles. Não precisei de escutar mais de duas ou três músicas para confirmar o boato: eram, de facto, muito bons. Limitarmo-nos a chamar-lhes uma banda de imitações parece-me muito injusto, já que o mais interessante que os Declinios tem para nos oferecer é uma certa originalidade que incutem nas suas versões de algumas “malhas” do nosso pop/rock/metal contemporâneo. Muse quase perfeitos, Razorlight e Arctic Monkeys para surpreender, Queens of the Stone Age bem esgalhados e uma insistência, mais que justificada pela garra e vozeirão do vocalista, nos Sistem of a Down. Houve tempo (mas pouco espaço) para “curtir” os clássicos dos Rage Against the Machine, Metallica e Nirvana. Pelo o que os pedidos do público davam a transparecer, o “Thunder(struck)” – ou “Sandra!” como o extrovertido vocalista escarneceu - dos AC/DC era o “prato da casa” e foi servido com o vocalista a transformar a sua voz de forma a ter ficado com dúvidas – já que, como referi anteriormente, mal os conseguia ver - se o Sr. Brian Johnson não terá sido subitamente teletransportado das terras dos cangurus directamente para as lezírias, só para levar aquele local ao rubro. Foi um momento brilhante.
O primeiro encore encerrou com o hino da geração rebelde dos anos 90, que é como quem diz “Smell like teen spirit”. Cheirava a alguma rebeldia, sim, mas cheirava mais a fumo. Não sei se aquele espaço se enquadra numa das exclusões da nova lei anti-tabagista e se tem mais ou menos de 100 m2 - porque se há coisa que não costumo trazer para locais de animação nocturna, é uma fita métrica para confirmar se os espaços públicos que frequento estão a cumprir a nova lei – mas uma coisa posso garantir: o sistema de evacuação de fumo daquele espaço funciona debilmente. Foi este o único pormenor “nebuloso” que não permitiu que aquela noite e aquele espaço não pudessem ser mais agradáveis. Por mais divertidíssimos que fossem os medleys dos Declinios, sentia-se o ar pesado e nem era com o risco de provocar uma taquicardia a qualquer militante da extrema-direita que se encontrasse por lá, quando a banda decidiu misturar os Buraka Som Sistema com o Hino Nacional. Concentrava-se sobre as nossas cabeças, um fumo que não encontrava um meio de fuga, tornando-se ainda mais denso sempre que, o vício se tornava insuportável e, se acendia mais um cigarro naquela sala, dificultando a respiração e a visão. Felizmente que o fumo não afecta directamente os ouvidos...

1 comentário:

Olinda disse...

Será que não? Pensa bem: não sentiste comichão já em sono de almofada?:-)