segunda-feira, maio 12, 2008

Porno – Parte II – Turn off the fucking camera!

O que é necessário ter para ser uma estrela porno? Precisa de ser um exibicionista. Precisa de ter uma vontade sexual feroz. Precisa de sofrer de “nostalgie de la boue” (literalmente “nostalgia da lama”: um prazer infantil, mesmo de bébé, nas funções primárias do corpo). E – provavelmente – precisa de um passado de destruição. Precisa também de não ter qualquer sentido de humor. As estrelas porno, apesar de representarem muito mal, são muito boas num determinado aspecto: conseguem manter uma cara séria. Mas a ausência de humor universal e institucionalizada é o verdadeiro cerne do porno.

Temptress tem 23 anos e é actriz de filmes de “soft” hardcore. Não parece tímida quando fala, mas tem um ar tímido. “Algumas raparigas ficam queimadas em nove meses ou um ano. Uma rapariguinha muito nova e doce de 18 anos assina um contrato com uma agência e faz cinco filmes na sua primeira semana. Cinco realizadores, cinco actores, cinco vezes cinco: recebe muitos telefonemas. Cem filmes em quatro meses. Deixa de ser uma cara nova e fresca. O valor dela começa a descer e deixa de receber telefonemas. E depois: “Ok, fazes sexo anal? Fazes sexo em grupo?” Depois ficam queimadas. Não recebem nenhum telefonema. As forças do mercado desta indústria consomem-nas”.

Chloe tem 29 anos, cabelos ruivos e uma cara terna e esperta. Tem corpo de bailarina: pernas fortes, um rabo musculado... E é actriz de pornografia bizarra.
“Batiam-me e sufocavam-me. Estava mesmo perturbada e não paravam. Continuavam a filmar. Consegue-se ouvir a minha voz no fundo a dizer, “desliguem a merda da câmara”, e continuavam”.
“Somos prostitutas... Há diferenças. Podemos escolher os nossos parceiros que são testados contra o HIV – um cliente não faz isso. Mas somos prostitutas: trocamos sexo por dinheiro”. “Tive dez doenças venérias diferentes durante o meu primeiro ano no meio. Por vezes quando fazemos cenas de rapariga com rapariga dizemos: “Querida acho que devias ir ao médico”. Recomendo-a um médico simpático (os outros tratam-nos abaixo de cão) e ela vem com a sua receitinha de Flagyll em doses múltiplas”.
A licença de trabalho de um actor ou de uma actriz porno é o seu teste de HIV mais recente. Há dois anos, começaram a surgir dúvidas em relação à licença de trabalho de Marc Wallice. Usava um laboratório nos arredores da cidade e parecia estar a manipular os resultados das análises. Quando o descobriram, a situação de Wallice era dramática. Fora acusado de infectar várias actrizes, acusação que negou.

2 comentários:

O Puto disse...

Para suprimir a falta de humor na indústria pornográfica, há o "safe for work porn", que já recomendaste.

agent disse...

Exactamente. Here: http://www.sfw-porn.com/