É importante que as pessoas entendam que a pedofilia em Portugal não começou nem terminou com o processo "Casa Pia". As reportagens que o Público e o Expresso convenientemente publicaram nos últimos dias demonstram-no bem. Mas é preciso distinguir, nestes locais alvos de reportagem, três tipos de fenómenos. A prostituição masculina em que os sujeitos são maiores domina toda a área (Parque Eduardo VII). Os engates homossexuais de circunstância, internacionalmente conhecidos por "cruising", sem interesses económicos, também são abundantes em certas zonas do Parque, mas estão mais concentrados nas zonas da Cidade Universitária, Campo Grande, antiga Feira Popular, Estação Fluvial de Belém, etc. Por fim e em muito menor escala face aos anteriores, existe a prostituição com menores, cada vez mais escassa com a constante vigilância policial nocturna nos pontos tradicionais. Acho fundamental saber distinguir muito bem cada um destes casos pois, como foi revelado, funcionam em conjunturas desiguais e podem ter motivações muito diferentes. O facilitismo das generalizações jornalísticas pode dar azo a confusões desnecessárias.
O Expresso revela que a prostituição infantil passou das ruas para os Motéis, mas a pedofilia organizada - chamemo-lhes assim para distinguir dos outros casos não voluntários - nunca foi um fenómeno (generalizado) de rua. Mesmo no Parque, os "putos" nunca foram bem recebidos pelos seus "colegas" mais velhos e a PSP sempre fez de tudo para que desaparecessem do local, não tanto pela prostituição mas sobretudo porque estariam associados a várias denúncias de assaltos. Portanto, desde sempre que os contactos por redes organizadas (uma delas pode ficar hoje a conhecer a sua sentença) era a forma mais segura e discreta de marcação de encontros. Actualmente, faz concorrência com os adolescentes "freelancer" que desenvolveram o seu "negócio" via chats e redes sociais, usando para tal certos códigos, de forma a não denunciar os clientes às autoridades, que já se aperceberam da proliferação virtual do fenómeno.
O Expresso revela que a prostituição infantil passou das ruas para os Motéis, mas a pedofilia organizada - chamemo-lhes assim para distinguir dos outros casos não voluntários - nunca foi um fenómeno (generalizado) de rua. Mesmo no Parque, os "putos" nunca foram bem recebidos pelos seus "colegas" mais velhos e a PSP sempre fez de tudo para que desaparecessem do local, não tanto pela prostituição mas sobretudo porque estariam associados a várias denúncias de assaltos. Portanto, desde sempre que os contactos por redes organizadas (uma delas pode ficar hoje a conhecer a sua sentença) era a forma mais segura e discreta de marcação de encontros. Actualmente, faz concorrência com os adolescentes "freelancer" que desenvolveram o seu "negócio" via chats e redes sociais, usando para tal certos códigos, de forma a não denunciar os clientes às autoridades, que já se aperceberam da proliferação virtual do fenómeno.
1 comentário:
É fácil, para muitos, meter tudo no mesmo saco.
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