sexta-feira, maio 06, 2011

A desesperança

Sobre a direita e o centrismo que nos tem governado, os resultados estão à vista. A grande surpresa, para não dizer desilusão, dos últimos tempos veio do lado de lá. Falo da esquerda que se desresponsabilizou completamente perante a situação actual do país. E eu, que até considero-me de esquerda, jamais apoiaria um partido que face a um eminente naufrágio prefere saltar do barco ao mesmo tempo que vai dizendo que não era ele que estava a comandá-lo. E não era, evidentemente, mas custava assim tanto discutir as medidas de auxílio com as únicas entidades disponíveis para o salvar?

O problema político português está nas suas bases. Há na nossa política demasiada cobardia, um carreirismo desbragado, canalhices e tanta, mas tanta, gentinha rasteira. A política devia ser uma escola de carácter, mas infelizmente por cá transformou-se numa coisa próxima da pulhice. Tudo isto porque a maioria destes políticos são completamente incompetentes para andarem pelos seus próprios pés na nossa sociedade, e só conseguem progredir nela, associando-se a partidos. Como há vida depois da política - sobretudo nos altos quadros de uma empresa com relações muito próximas com o estado - para quê o esforço em ter ideias próprias ou ser útil à nação?

Enquanto persistir este tachismo em vez de uma profissionalização apartidária (ainda estou para entender porque não há concursos públicos para todos os responsáveis dos ministérios e respectivas secretarias), enquanto o compadrio prevalecer sobre o currículo, não esperem que as coisas mudem.

1 comentário:

O Puto disse...

Condensaste muito bem o que penso da política actual em Portugal. Acrescento que os líderes dos maiores partidos e muitos políticos da sua faixa etária não fizeram outra coisa na vida que não fossem politiquices.