segunda-feira, dezembro 28, 2009

Oh pra mim tão indie

No passado Natal foi-me oferecido um telemóvel Vodafone Indie. Este recente telemóvel touchscreen, onde tudo funciona dentro de um pequeno ecrã táctil de 2,4’’, parecia-me ser muito idêntico aos restantes modelos de telemóveis touchscreen disponíveis actualmente no mercado a preços superiores. A garantia de ser da marca da própria empresa multinacional de telecomunicações pareceu-me, também, ser à priori uma mais-valia para o produto. No entanto, o meu entusiasmo pelo presente foi subitamente assombrado quando vi parte do ecrã principal preenchido com uma barra negra, onde supostamente deveria aparecer, opcionalmente, a data, a hora e o nome da operadora. Inicialmente ainda tive algumas esperanças que tal barra desaparecesse com a ocultação daquelas três opções ou através de um qualquer ajuste nas configurações do aparelho. Mas não. Segundo os vários técnicos da loja da própria marca no Cascais Shopping, que consultei posteriormente, este modelo de telemóvel foi mesmo pensado e criado com uma barra escura a ocupar quase metade de um ecrã, que já por si só não é muito grande e o resultado (diria hilariante ou ridículo, dependendo dos pontos de vista) é o que se pode ver nas três imagens seguintes. E descubra-se as diferenças comparando com a publicidade que a Vodafone faz ao produto em causa. A comprovar igualmente pela imagem junta. Portanto parece-me pertinente a questão que deixo à Vodafone: para que serve um aparelho repleto de componentes multimédia, jogos, leitor de MP3, rádio, câmara, entre outros, com pouco mais de 0,6 MB de memória e com uma boa parte do seu ecrã principal indisponível?

domingo, dezembro 20, 2009

A petulância


Parece que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus de Nazaré, uma celebração cristã festejada, actualmente, com um consumismo desmedido. Tudo coisinhas que o autor adora/acredita, portanto.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Das weisse Band - Eine deutsche Kindergeschichte


Parece que vamos ter que esperar mais umas semanas pela estreia de um dos filmes do ano. Depois das festividades ficaremos a saber então mais um pouco sobre a origem da maldade humana. Dá sempre jeito nos tempos que correm.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

As iniquidades dos homens estão fazendo transbordar o cálice da ira de Deus. Portanto, apeguem-se ao Senhor de todo coração, pois Ele agirá.

Tribunal confia crianças a casal homossexual

O Tribunal de Oliveira de Azeméis entregou ontem, quarta-feira, a guarda de duas meninas a um tio que vive com outro homem. A juíza entendeu que o casal homossexual tem melhores condições para tratar das crianças do que os pais.

O resto aqui (com os habituais hilariantes comentários como bónus).

sábado, dezembro 12, 2009

Com os chifres lá bem no alto

Sempre com boas recomendações no seu cardápio, o Puto acertou mais uma vez. O belo disco dos The Antlers é uma perfeita banda sonora para estes dias frios e noites geladas.
A ouvir com moderação: não me estou a lembrar de nada mais depressivo que ouvir, por exemplo, Kettering a caminho de um funeral de um familiar. No entanto, amanhã, conto sobreviver à arrojada experiência.

O júri do Prémio Pessoa devia ler mais Pessoa

Maravilhosa gente humana que vive como os cães,
Que está abaixo de todos os sistemas morais,
Para quem nenhuma religião foi feita,
Nenhuma arte criada,
Nenhuma política destinada para eles!
Como eu vos amo a todos, porque sois assim,
Nem imorais de tão baixos que sois, nem bons nem maus,
Inatingíveis por todos os progressos,
Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida! (...)


"Ode Triunfal" - Fernando Pessoa/Álvaro de Campos

terça-feira, dezembro 08, 2009

Os anjos também vão ao futebol



Esta Plataforma, que não é nada perspicaz em escolher os locais onde a homofobia impera para espalhar a sua palavra, só não sabe que no próprio terreno de jogo este assunto já ultrapassou a fase da discussão e atingiu a prática. Entre outros exemplos: aqui e aqui. Só ainda não casam.



Agora em vez de passarem para os grupos de taxistas e de trolhas, queria-os ver no Bairro Alto ou no Príncipe Real vestidinhos de branco pureza, de pastinha no braço, a pregar pelo "debate".

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Inês no país do pop maravilha

As miúdas que chegaram à mais recente fase do concurso de novos talentos da SIC são todas muito bonitas. Mas se isto é um concurso em que o talento musical sobrepõe-se à imagem, a menos bonita acaba por ficar a milhas das outras.

Entre outras preciosidades, a nossa Lily Allen de 16 anos faz versões da Ella Fitzgerald como gente (muito) grande, que, segundo o pseudo-júri do programa, ninguém ("lá em casa") entendeu. Nem o próprio pseudo-júri.

sábado, dezembro 05, 2009

Ficas em casa até te decidires ser um bom profissional, que é para isso que te pagam!

Imaginem que têm uma empresa e recrutam alguém de uma outra concorrente. Achariam correcto se esse trabalhador, numa situação de disputa entre a "ex" e a actual empregadoras, assumisse uma postura de "estou dividido mas vou procurar fazer meu trabalho"? Ora nem mais.

segunda-feira, novembro 30, 2009

terça-feira, novembro 24, 2009

sexta-feira, novembro 20, 2009

Saltar à vara

Até ontem na página dos Órgãos Sociais do Millennium BCP tínhamos acesso ao currículo de Armando Vara. Para quem o desconhece aqui fica parte dele:

Armando António Martins Vara

Dados pessoais:

Data de nascimento: 27 de Março de 1954
Naturalidade: Vinhais - Bragança
Nacionalidade: Portuguesa
Cargo: Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo
Início de Funções: 16 de Janeiro de 2008
Mandato em Curso: 2008/2010

Formação e experiência Académica

Formação:

2005 - Licenciatura em Relações Internacionais (Universidade Independente)
2004 - Pós-Graduação em Gestão Empresarial (ISCTE)


Armando Vara deve ser um case study mundial de sucesso, pois passou em poucos anos, de caixa de banco a administrador do maior banco nacional e vice-presidente do maior banco privado nacional. Ou como diz Miguel Sousa Tavares: "é uma história que, quando não possa ser explicada pelo mérito (o que, aparentemente, é regra), tem de ser levada à conta da sorte".
Também há essa tal hipótese de ser mais um caso de compadrio e tráfico de influências. Só que estes estão-nos tão entranhados que há comportamentos e casos de súbito sucesso que nem estranhamos, atribuindo-os a uma questão de "sorte", ou à nossa proverbial capacidade para o desenrascanço. Outra verdade, é que a maioria dos políticos portugueses é completamente incompetente para progredir na nossa sociedade pelos seus próprios pés. É sobretudo por isso que vão para a política.

segunda-feira, novembro 16, 2009

quinta-feira, novembro 12, 2009

terça-feira, novembro 10, 2009

Se o parlamento podia aprovar uma lei sem ter que ouvir os bispos a anunciar a catástrofe social? Podia, mas não era mesma coisa.


Das palavras do Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, sublinho a afirmação final: esta espécie de apocalipse cromossomático e social, travestido de casamento gay, pode confundir as pessoas, ao ponto de igualarem os comportamentos às orientações sexuais. Nada mais errado. Qualquer ser racional saberá SEMPRE nitidamente distinguir entre um caso de pedófilia (comportamento) - e os dirigentes católicos sabem melhor que ninguém o que isso é - e a homossexualidade (orientação sexual).

domingo, novembro 08, 2009

A história de uma obsessão


O Ricardo teve entrada directa para o meu círculo de amigos por acréscimo, ou seja, por ser namorado de uma grande amiga. Desde essa altura que lhe reconheço os dotes de um bom investigador, sobretudo na área do desporto em geral, futebol em particular. Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e tirou um mestrado em História Contemporânea pela FCSH, da Universidade Nova de Lisboa. Entretanto com mais força de vontade que apoios, apostou, também desde que o conheço, neste projecto que se concretiza agora, em parte, em livro. "O jogo de Salazar - A política e o futebol no Estado Novo" é uma análise histórica e política rigorosa de um fenómeno actual que não deixa ninguém indiferente, uma viagem obrigatória até às origens de uma certa obsessão nacional por uma modalidade desportiva.
Desde o inocente jogo de 1988 disputado entre um grupo de irmãos e amigos em Cascais até aos nossos dias, o futebol alcançou demasiado protagonismo em Portugal. O jogo em si deixou de ter tanto interesse passando a revelar-se mais importante tudo aquilo que se movimenta à sua volta. É um chorudo negócio de interesses que para alguns movimenta mais dinheiro do que paixões. E todo esse movimento acaba muitas vezes por não ser mais do que novelas de baixo nível que em nada contribuem para uma dignificação desse desporto-rei. O longo período em que Salazar esteve no poder foi determinante para a solidificação desta popularidade.
Não há muito tempo foram construídos dez estádios para o Euro 2004, em que seis deles foram financiados a 100% por fundos públicos. Tratou-se de uma questão de escolhas públicas, dirão alguns, e por vezes, mesmo que económica e financeiramente inviáveis, as escolhas públicas são legítimas. Mas, ainda que possa ter excelentes qualidades terapêuticas, um estádio de futebol nunca será equiparado a um Hospital. Este é só um pequeno exemplo da herança de uma péssima gestão de prioridades que remonta ao período a que o Ricardo se debruçou.
Ainda assim, obsessões e negociatas à parte, o Futebol, há que admiti-lo, quando é bem jogado, é dos espectáculos desportivos mais emocionantes e espectaculares que se pode assistir.

quinta-feira, novembro 05, 2009

São tão esquisitos, não somos?

Na minha modestíssima opinião, as recentes críticas à fraca qualidade das modelos da Playboy portuguesa só podem vir de um de dois tipos de pessoas:

1. O crítico que tem mesmo uma namorada fora de série;
2. O crítico que, para além de ser um chato eternamente insatisfeito, não passa de um picuinhas, que nem tocou assim em tantas mulheres para poder justificar tal comparação, ou nunca tocou sequer. E um dia quando tocar, vai reparar que há uma gordurita aqui e ali (ah!), que existe celulite (credo!) e até estrias (isso é que não!). E o fim do mundo tal como o conhecemos ocorre quando percebe que tudo isso existe em mulheres pelas quais se baba na rua.

Todos eles dirão que a primeira opção será a que melhor se aplica ao seu caso e que a segunda é tal e qual "a cara" dos amigos, enquanto esfregam as mãos pensando logo na quantidade de mulherio livre que sobra pela esquisitice dos outros.

terça-feira, novembro 03, 2009

quinta-feira, outubro 29, 2009

Porque há quem não se limite a matar


Today, President Obama signed into law the Matthew Shepard and James Byrd, Jr. Hate Crime Prevention Act, critical legislation that strengthens existing U.S. laws by extending federal hate crime protection in cases where the victim was targeted because of their sexual orientation, gender, disability, or gender identity. The new law -- which the U.S. Attorney General Holder called a "civil rights issue that is clearly a priority" -- will also permit federal authorities to assist local governments in hate crime investigations and increase their capacity through training programs.


O presidente Obama aprovou ontem uma lei que inclui o sexo e a orientação sexual (juntando-se à raça, religião e etnia) como potenciais causas de crimes de ódio. A importância desta lei justifica-se pela distinção clara dos vários tipos de crime. Poder-se-á sempre dizer que um crime é sempre um crime, claro, mas há também que entender que estes homicídios por ódio advêm de uma intolerância doentia - ao ponto de matar, e há várias formas de matar: há quem mate mandando um balázio, há quem mate com mais, digamos, pormenores, raptando, espancando, desnudando e prendendo a vitima a uma pickup, arrastando-a cerca de 5 Kms, por exemplo - a determinada característica pessoal e assim sendo faz sentido que tais crimes sejam analisados e julgados à luz de uma lei específica. Para além de que se trata de um crime que não se limita a atingir a vítima. Há toda uma vasta comunidade aterrorizada com a hipótese de que um dia lhe calhe tal "sorte".

"...After more than a decade of opposition and delay, we've passed inclusive hate crimes legislation to help protect our citizens from violence based on what they look like, who they love, how they pray, or who they are.
"I promised Judy Shepard, when she saw me in the Oval Office, that this day would come, and I'm glad that she and her husband Dennis could join us for this event. I'm also honored to have the family of the late Senator Ted Kennedy, who fought so hard for this legislation. And Vicki and Patrick, Kara, everybody who's here, I just want you all to know how proud we are of the work that Ted did to help this day -- make this day possible..."
Barack Obama, 28/10/2009

segunda-feira, outubro 26, 2009

A SIC esmiúça os gato (até não poder mais)

Depois de duas sessões de "best-of", das peças jornalísticas diárias em todos os noticiários, segue-se "todos os segredos" e sabe-se lá mais o quê. É o canal de Carnaxide a esmigalhar bem esmigalhado o nosso melhor programa humorístico sobre política de sempre! O nosso mini-"Daily Show" - limitado ao país e à política que temos - vai perdurar na nossa memória quer queiramos, quer não. A SIC faz questão disso. Mas o prémio do cúmulo da persistência (ou da repetição) vai obviamente para a sobreutilização de uma versão modernaça de uma música de Amália. Do mal o menos, quando quiserem dar cabo de qualquer coisa boa já sabem a quem devem recorrer.
Perfeeeeeeeeeeiito coraçããããããooo...

quarta-feira, outubro 21, 2009

Olá!

É a crise que temos

Há quem utilize uma certa incompatibilidade entre os dois sexos para explicar o aumento dos divórcios no nosso país: diz-se que o homem português ficou subitamente mais dependente, orgulhoso e mimado do que nunca e que a mulher portuguesa já teve melhores dias de vassalagem. Ah, a crise chegou aos relacionamentos heterossexuais lusitanos! Entretanto a mãe dele - a culpada, devido ao seu défice educacional - sempre muito católica não praticante, pede que Deus lhes valha. E Deus que, apesar de ainda não ter chegado aos calcanhares do Medina Carreira, até entende de dinâmicas de mercado, mandou para Portugal um contingente de brasileiras para suprimir tal lacuna.
Mas este intercâmbio também é um negócio que tem o seu preço. E que preço, é que as Nereidas desta vida podem ser submissazinhas pra xuxu mas não são parvas.
Ora e para quem rejeita esta dádiva divina ao mesmo tempo que vira a sua atenção para o forte capital proveniente do leste, desengane-se. É que estas já vieram dizer que o país delas não está para esse tipo de comércio. Pois são esclarecidas em economia, mas ao promover tal ideia de forma tão descapotável, dá para perceber que devem ser péssimas em marketing. Enfim, um descalabro, não há mulheres perfeitas para os nossos rapazolas.

(A Ucrânia não é um bordel)

sábado, outubro 17, 2009

Uma história de culturas

Era uma vez um humilde agricultor que tinha sobre sua responsabilidade um vasto trigal aqui pelo ribatejo. Tinha um filho, mandou-o estudar até se fazer doutor. Um dia, o filho, retribuindo, quis levá-lo a Madrid, ao Museu do Prado, para ver tudo aquilo que era maravilhoso. No fim disse: "Então, meu pai, o que é que lhe parece?", ele respondeu: "A mim parece-me, meu filho, que um dia de água em Maio vale muito mais que isto!".

quarta-feira, outubro 14, 2009

Portugal,

800 anos de gente ofendida. Excepto com o Salazar, com o Valentim, o Isaltino, ...

Assaltante!


sábado, outubro 10, 2009

Cada um tem o prémio por antecipação que merece

Para o ano vou escrever um best-seller. Se a Academia fosse coerente atribuia-me já o nóbel, em vez de o ter dado aquela alemã que ninguém conhece.

Épico Fail


Neste momento estou a imaginar, numa reunião, alguém da recém chegada empresa de publicidade brasileira a expor "o" produto final à direcção da Jerónimo Martins:
- ... E pronto é isso que conseguimos para voceis, o mélhor desse país marávilhoso, Pu-Pu-Purtugau (ahahah)... Até tem bus e velhinho jogando carta, empregada da peixaria mal paga mas muito sorridente, tia de Cascais convidando as suas amigas para irem até lá. Até tem uma espécie de Cristo Redentor!
- Valeu! - diz alguém da direcção da JM, depois de beber um café adulterado por uma qualquer substância psicotrópica.

domingo, outubro 04, 2009

Há já muito tempo que nesta latrina o ar se tornou irrespirável

O presidente da Câmara da localidade onde resido actualmente foi condenado. Já não se trata de um daqueles patamares de incerteza, como aquela duvidazinha ou boato matreiro que desencadeia os tão famosos julgamentos populares. Não, Isaltino Morais foi julgado e condenado por um tribunal e, ainda assim, decidiu recandidatar-se.
Agora, que as mais recentes sondagens, colocam-no em muito boa posição para continuar à frente deste cargo, digam-me, como é que se (con)vive num concelho comandado por um criminoso e habitado por uns bons milhares de cúmplices?

sexta-feira, outubro 02, 2009

Atarraxemo-nos

A RTP2 tem insistido, e bem, na transmissão de “Mãe de Ju”. Trata-se de um interessante documentário sobre o ambiente de um carismático botequim em Luanda. Foi ali que nasceu o Tarraxinha, uma variação bem mais lenta – são 95 BPM, mais batida menos batida – do Kizomba.
Não demorou muito para que os teenagers dos bairros da periferia de Lisboa captassem o “atarraxamento” africano ou não fosse esta dança bem menos artística que a sua parente de origem. A forte conotação sexual também ajudou no sucesso: é uma dança infinitamente sensual, que quando é mal dançada chega a ser sexualmente explícita, tornando-se difícil estabelecer o limite que define o fim da arte e o princípio da “badalhoquice”. Tudo se torna ainda mais nebuloso com as hormonas aos saltos, claro.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Legislativas’09, a conclusão

Ganharam todos. Excepto o partido dos betinhos. Mas, pensando bem, até estes ganharam em assumir, de uma vez por todas, a sua betice e dar mais força à política (verdadeiramente) de direita. Nem a ideia de serem despromovidos da segunda para a terceira força força política em Portugal os deteve. O que importa é ganhar qualquer coisa e não fizeram nada que a Maria José Nogueira Pinto já não tivesse feito. Em sentido inverso.

domingo, setembro 27, 2009

quarta-feira, setembro 23, 2009

terça-feira, setembro 22, 2009

domingo, setembro 20, 2009

Uma grande receita para a infelicidade

O sentido mais clássico da paixão - segundo os gregos - mais próximo do sofrimento, faz com que as pessoas busquem um certo masoquismo nas suas relações. O mais curioso desta perspectiva passa por uma certa adversidade: há uma tendência natural das pessoas fisicamente atraentes e até inteligentes, algumas objecto de enorme edulação, para que se apaixonem por quem lhes trate mal ou, no limite, o pior possível. E, vendo as coisas do outro lado, não é muito difícil maltratar alguém, não exige qualidades transcendentes, às vezes basta só aplicar uma pequena dose de egocentrismo.
Na busca constante do desafio, o ser humano atrai-se naturalmente pelo lado mais resistente. Mas tudo tem um limite e não é preciso muitas experiências negativas para perceber que os resultados práticos de tanto sofrimento, causado por uma rejeição directa ou indirecta, dão para pouco mais que uma quebra na auto-estima.

sábado, setembro 19, 2009

domingo, setembro 13, 2009

A "marcha da sedução" à beira de uma auto-estrada (este título é ainda melhor)

Por norma, o resultado prático deste tipo de reportagens é trazer ainda mais público curioso para estes locais. Foi exactamente o que aconteceu, há alguns anos atrás, quando o C.M. publicou um artigo semelhante sobre as "festarolas nocturnas" na Cidade Universitária, em Lisboa. Bom, mas neste caso e para quem é frequentador da zona, isto só é novidade para o "Grupo de Invisuais de Vila Fria": sim, porque, com tamanha indiscrição, só um ceguinho é que ainda não tinha percebido que há "engates gay na A5"! Lendo a reportagem, com as excepções da GNR, que, até por mero acaso, costuma fazer algumas rusgas nocturnas no local e dos responsáveis da àrea de serviço, que nem lhes deve dar jeito que o local seja muito "visitado", nem nada.
Mas, vá lá, desta vez não lhes chamaram "prostituição".

quinta-feira, setembro 10, 2009

E o marquês de Sade, isto

Parece-me complicado escrever um romance pornográfico e não cair em monotonia e banalidade. Acabei de ler "As idades de Lulú", de Aimudena Grandes, e confirmo a excepção.
A protagonista desta história, para além de possuir uma vagina ávida, é também uma mulher sensível e inteligente, ao ponto de perceber rapidamente que, no âmbito sexual, na fronteira que separa a liberdade da libertinagem, o humano começa a desumanizar-se, a deteriorar-se e a tornar-se violência pura e autodestruição. Por isso, à medida que vai cada vez mais longe na sua busca do prazer, encontra-o menos e invade-a um sentimento de frustação.
Lulú descobre aos 30 anos que a realidade não pode elevar-se às alturas da fantasia, que tentar viver o desejo até aos últimos extremos a que o pode expandir a imaginação humana significa, pura e simplesmente, imolar-se. Por isso, um tal aristocrata francês e escritor libertino nas horas vagas, que sabia mais destas coisas que ninguém, dizia que o erotismo consistia em aproximar o amor da morte.

sábado, setembro 05, 2009

O Freud explicou isto

Há fases da nossa vida em que vivemos num estado perfeito de inconsciência. Isto deve-se ao facto de alguém ou algo ter entrado por ela adentro e nós não estarmos devidamente preparados para o receber. Até que recuperemos o controlo da realidade, limitamo-nos a viver só em função dessa nova experiência e tudo o resto, aparentemente, passou a funcionar em sistema de “piloto automático”. Aparentemente.

quarta-feira, agosto 26, 2009

David Motta

Surpreendeu-me (no "Cinco para a Meia-Noite", com o F. Alvim). Ao contrário de um certo jet 7 nacional, o moço e restante gang parecem-me bastante divertidos, descontraídos, até inteligentes e, principalmente: nada snobs ou falsos. Tendo em conta que há na nossa TV tanta gente, com direito de antena, a vestir-se sob os desígnios da nossa sociedade, a dizer e a fazer muito mais parvoíces e a chocar muito menos público, não me surpreende que o seu look extravagante acabe por incomodar mais que a sua suposta pseudo-futilidade. É que ainda por cima os outros são (bem) pagos, e o Motta, de borla, com o seu double t, de sapatos altos, com mais ou menos plumas lá vai dizendo umas verdades.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Portugal bucólico, versão Agosto 2009 III

Chegou o terceiro dia de viagem, aproximava-se o momento de regresso a casa e, por isso, sobrava pouco tempo para explorar locais desconhecidos. Sobretudo se essas zonas ficassem pouco acessíveis e onde poderia perder parte do tempo a encontrá-las. Assim, jogando pelo seguro, comecei o dia por voltar a aproximar-me das margens do Rio Zêzere.
Ou não estivéssemos em pleno mês das romarias, ao longo desta viagem passei por várias aldeias e vilas onde se realizavam as suas festas anuais. Uma delas encontrei no percurso entre Figueiró dos Vinhos e Cernache de Bonjardim. Esta captou-me a atenção pela curiosa forma de decoração dos arcos que percorriam e alegravam as ruas da localidade.

Para além desta engraçada surpresa, este caminho deu-me o privilégio de poder contemplar a bela Barragem da Bouçã e a constatação do reencontro com o Zêzere.

Aproximava-se o meio-dia e a já alta temperatura convidava a um primeiro banho do dia. Era pertinente encontrar um bom local para o efeito. A escolha recaiu sobre a Foz da Sertã. O desvio da estrada nacional faz-se por uma estreita estrada secundária sempre a descer, no sentido da ribeira da Sertã. Foi nesta zona que em tempos (final do séc. XIX) iniciou-se uma exploração de água mineral muito apreciada pelas suas características medicinais. Mais tarde foi construído um hotel termal e uma fábrica de engarrafar água. No entanto, tudo isso foi abandonado e esses dois edifícios encontram-se já em elevado estado de degradação. Foi isso que encontrei assim que cheguei à zona da Foz. Ainda assim, não deixa de ser um local lindíssimo para dar um mergulho, ou um passeio de caiaque ou de barco, ou simplesmente apreciar as encostas do Zêzere. Aqui há a vantagem de ser uma àrea muito pouco frequentada e a sua água transparente estar a uma excelente temperatura.



Entretanto chegou a hora de ir conhecer a vila de Ferreira do Zêzere. A ideia era abastecer-me de alguma comida num qualquer supermercado da zona, e passar o resto da tarde a explorar aquela zona. Mais uma vez os meus planos não se concretizaram. Das opções que existiam, optei pela que me pareceu a mais óbvia: o Lago Azul. Não foi complicado encontrá-lo, nem foi difícil decidir que era por ali que iria passar o restante tempo até decidir regressar. É um belo local, sobretudo conhecido pela sua Estalagem de quatro estrelas e pelas suas sombras à volta do “lago”, onde se podem fazer piqueniques e passar belas tardes de verão. O cansaço da viagem assim o ditou. Aqui a água também convidava a banhos. O inconveniente do espaço balnear desta zona encontra-se no facto do fundo do lago ser composto por pedras, o que dificulta os movimentos, se não optarmos por nadar. Para evitar problemas com os pés, recomendo o uso de calçado próprio para o efeito.


E assim terminaram os três dias de aventura por uma zona que me era totalmente desconhecida e que me aguçou o apetite para continuar a descobri-la. Encontros e desencontros de locais inesperados, na melhor das companhias e sempre apoiado pelas instruções e recomendações preciosas dos prestáveis habitantes das terras por onde fui passando, foram a combinação perfeita para um fim-de-semana prolongado a repetir.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Portugal bucólico, versão Agosto 2009 II

O dia seguinte começou com uma subida à Serra da Lousã, com algumas paragens para debicar umas amoras selvagens, beber água fresquinha, que jorrava das fontes naturais e contemplar as aldeias de xisto e restante paisagem.
(Aerogeradores, um mal (paisagístico) necessário também a deixar marcas na Serra da Lousã)
O objectivo inicial deste percurso pela Lousã era o de alcançar mais directamente o acesso para as praias da zona de Arganil, justamente do outro lado da cordilheira. Só que já no percurso de descida avistei um castelo que me despertou a curiosidade. Estava localizado na Praia da Sra. da Piedade e valeu a pena todas as curvas e contracurvas que levaram-me até lá: imagine-se, uma praia fluvial em plena Serra da Lousã! Ao meio da manhã já estava bem composta em termos de banhistas, sendo metade deles motards que fizeram uma pequena fuga da concentração de Góis, por onde, aliás, mais tarde viria a passar. Um conselho: como o estacionamento junto à praia é limitadíssimo, aconselho a deixar o veículo no parque do castelo e fazer o restante percurso da descida, até à zona do riacho, a pé.






Já no centro da Lousã, foi fácil aceder à estrada que me iria levar a Góis. Esta viagem, igualmente repleta de curvas – aliás, este segundo dia foi marcado por elas ou não estivesse eu a atravessar uma zona montanhosa – foi sempre feita na companhia de motociclistas que se dirigiam para a concentração anual. Estava um calor infernal e nunca uma viagem de duas rodas pareceu-me ser tão apetecível. Quando cheguei à referida vila optei em ir visitar a Praia das Canaveias, em detrimento da Praia da Peneda, e desta forma acabar por passar pelo espaço da concentração. Motas e mais motas, tendas e mais tendas e quilómetros mais à frente, percebo que a realização desta festa também deixava marcas na praia que fui visitar. De qualquer forma, com o ambiente ao rubro, também não podia deixar de me refrescar nesta bonita praia fluvial.
Já da parte da tarde segui em direcção de Arganil e da muito formosa e bem frequentada Praia de Côja. Excelente timing para ultrapassar a temperatura que não parava de subir, recuperar o fôlego e partir em busca das praias com os acessos mais difíceis de toda esta viagem.



As estreitas estradas da Serra do Açôr não me permitiram contemplar à vontade a espectacular paisagem que a circunda, para além de que não aconselho a quem tenha vertigens a fazer este atribulado percurso.


Finalmente, chegando à Praia de Pomares, questiono-me se valeu a pena tanto “tormento” de curva e contracurva Esta praia fluvial é pouco mais que uma espécie de piscina pública onde as pessoas ficam por ali, obrigatoriamente, sentadas nos intervalos dos seus banhos. Tem um parque infantil, é servida por um bar/esplanada à sombra e pouco mais.


Ultrapassada a desilusão, regresso à aventura, de forma a chegar ao meu último novo destino do dia: a famosa aldeia histórica do Piódão. Até lá mais estradas íngremes sem protecções laterais, algumas casas de xisto e poucos vestígios do ser humano. Chegando a Piódão permitiu constatar todo o alarido à volta desta terra. É de facto magnífica. Infelizmente, ainda há obras em curso nas estradas que dão acesso ao centro e, por falta de infra-estruturas, a Praia de Piódão foi, este ano, interdita a banhos.



Para o fim do dia, já no caminho de regresso, o tempo mudou radicalmente: o céu azul deu lugar a muitas nuvens e, ainda não tinha chegado a Arganil, já caíam algumas gotas de chuva no pára-brisas do carro. A precipitação intensificou-se. Mau para a condução em estradas desconhecidas e péssimo, sobretudo, para os motards do acampamento e da concentração de Góis. Era vê-los parados nas bermas a aguardar por melhores condições...
A noite serviu para não muito mais do que tentar ter uma refeição em condições – num “típico” restaurante de Castanheira de Pêra, às 22:00, não havia outra opção que esse “típico” prato da região chamado... “Esparguete à bolonhesa” - e planear o trajecto do último dia de viagem.