terça-feira, abril 15, 2008

Jornalismo biodescartável

"Sou o escritor que mais vende em Portugal. Nos últimos quatro anos, já vendi acima de meio milhão de livros"...."Na parte que lhe cabe, poupa água. Mas pouco mais. Reciclagem? Pois, isso não. Nem vidro, nem plástico, nem papel? Nada? «Não, não faço. Sou uma pessoa normal». Muitas pessoas normais reciclam. «A média do cidadão não recicla o lixo. É muito complicado. Um saco é azul, outro é não sei o quê, aquilo é uma confusão»"(José Rodrigues dos Santos, Revista Sábado, pág. 97)

A Quercus ama o ambiente enquanto odeia a sociedade onde vive; ama a bicharada árctica enquanto despreza todos os meus hábitos. Querem o quê? Que deixe de tomar banho em nome da fraternidade que une homens e ursos? Lamento: entre o sacrossanto gelo do Árctico e a heresia ecologicamente incorrecta, escolho a segunda. Nunca um urso polar me pagou um copo pela Páscoa.

Esta nova ideologia da irresponsabilidade ambiental que “polui” por alguma classe jornalística já tresanda!

A opção de não reciclar, estar-se a marimbar para o ambiente e para os seus recursos é quase uma “causa nacional comum”, e Henrique Raposo tem plena consciência disso e rejubila-se em fazer parte dessa maioria com a sua conduta ecológica inconsciente - até lhe dá direito de colocar lá pelo meio uma piada nonsense sobre ursos polares (que nenhuma culpa têm das imbecilidades jornalísticas nacionais). Mas não se fica por aqui. Ele não suporta essa “ditadura minoritária verdinha” que “odeia a sociedade onde vive”, pois acha que viver socialmente bem e respeitar o ambiente são “equações” incompatíveis.

2 comentários:

O Puto disse...

É o típico caso da liberdade sem responsabilidade. Só que, neste caso, pagam-lhe para escrever uma opinião num jornal de grande circulação e ofende a minha liberdade. A tentativa de ser politicamente incorrecto resultou em ridiculamente abjecto.

agent disse...

Nem mais, amigo!