quarta-feira, dezembro 29, 2010

Um paraíso (quase) no centro da terra

A magia de certos lugares recônditos reside na forma como eles nos dão essa maravilhosa sensação de ocultar eternamente todos os momentos que por eles passam. São momentos transformados em segredos, de um tempo que pára naquele espaço, num espaço que parou no tempo.
Para encontrar esses lugares é preciso ter algum espírito de aventura… E alguma genica nas pernas. O acesso deste paraíso bucólico a poucos quilómetros da Nazaré, faz-se por uma longa escadaria (quase) natural (e quase) infinita que nos vai transmitindo, ao longo do seu percurso, a sensação de estarmos prestes a encontrar o núcleo da terra. A descida termina numa pequena ponte improvisada sobre um pequeno riacho que por ali passa.
Depois vem a compensação do esforço da descida: um magnífico jardim natural que dá abrigo a duas áreas de descanso independentes, separadas por uma árvore tombada. Numa dessas áreas somos ainda presenteados com um baloiço construído sobre um ramo de uma das grandes árvores que cobrem quase todo o local. Enquanto ouvimos o canto dos pássaros e o barulho da água gelada que passa pelo riacho, concluímos que afinal o céu fica no centro da terra.

(Peço desculpas pela má qualidade das fotografias, mas uma handycam não foi feita para estes propósitos - fica a boa intenção) ;)







segunda-feira, dezembro 27, 2010

É desta que o paizinho (Iglesias) vai ter um ataque cardíaco

Enrique Iglesias - Tonight (I'm Fucking You) from Data Clipe on Vimeo.



Here’s the situation
Been to every nation
Nobody’s ever made me feel the way that you do
You know my motivation
Given my reputation
Please excuse I don’t mean to be rude
But tonight I’m fucking you

sábado, dezembro 25, 2010

O melhor do pop/rock de 2010 que os críticos não quiseram saber

O cúmulo da indiezice em 2010 é meter produtores de hip-hop da moda no topo de tabelas de fim de ano. Não quer isto dizer que a música que Kanye West seja menos interessante que a dos Arcade Fire, só que quem conhece a discografia de KW sabe que ele este ano limitou-se a fazer mais um disco ao seu nível. Nada de extraordinariamente inovador, muito menos a obra-prima que lhe pintam.
O facto revelante nesta história é que, enquanto os especialistas dos templos indie (Pitchforkmedia & Ca.) andavam obcecados com o endeusamento do novo messias do hip hop, a cena indie crescia mais que nunca. E não me refiro (só) a Deerhunter.

1.Light Asylum


2.Future Islands


3.Minks


4.Wolf Parade


5.The Bridgeheads


6.The Flashbulb


7.Twin Shadow


8.Warpaint


9.Weekend


10.Gayngs

terça-feira, dezembro 21, 2010

Estou tão lá... Em pesadelos!

Isto passou-se numa recente campanha (de devolução do valor do IVA) na loja Media Markt de Alfragide, que abriu, extraordinariamente, da meia-noite às três da matina:

Agora diz que a de Sintra já anunciou que vai estar aberta toda a noite de dia 23 (para 24, do presente mês). Tem todas as compras de natal para fazer e não se quer meter em confusões (diurnas)? Depois de uma noitada na discoteca, o que lhe apetece mesmo é comparar preços de LCDs?
Quem é amiga, quem é?

domingo, dezembro 19, 2010

sábado, dezembro 18, 2010

quinta-feira, dezembro 16, 2010

terça-feira, dezembro 14, 2010

i, um jornal com menos letras (e mais acção)

Pela fotografia que associaram à notícia, deduzo que haja um erro no seu título: falta um "h", depois do "p", na palavra "podem".

quarta-feira, dezembro 08, 2010

I'm daydreaming



And oh if you knew what it meant to me,
Where the air was so clear,
Oh if you knew what it meant to me,
Anywhere but here.

terça-feira, dezembro 07, 2010

domingo, dezembro 05, 2010

Lado Bosta


Ontem adormeci poucos minutos depois de ver o Lado B. No meu sonho apareceu um padre que gosta mais de mediatização que hóstias e que afirma que os homens completos, como ele, só se podem atrair por mulheres. E não é preciso ser padre para sentir uma grande tesão - foi a parte húmida do sonho - por uma actriz emergente de telenovelas, de telefilmes e de anúncios para champôs, que se fez acompanhar por um chihuahua, da família do da Paris Hilton. Quem pretende ir a Paris, de costas (mas cuidadinho para não ser despromovido da condição masculina pelo senhor prior), é um Homem-Estátua vestido de Camões, que adora sexo tântrico e de bacalhau com batatas. A parte mais agitada do sonho ocorre com o aparecimento de um pombo que solta uma enorme bosta sobre aquelas três interessantíssimas personagens. Foi pena, pois perderam uma boa demonstração de breakdance que surgiu logo de seguida.

Obrigado, Bruno Nogueira, por tornares os meus sonhos tão anti-sorumbáticos.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Um já está

Depois deste, para quando a nacionalidade inglesa de Zezé Camarinha pelas suas "intensas e profundas relações com Inglaterra"?

Estudo EMIS - 1as. conclusões

O primeiro relatório sobre o estudo EMIS está aqui e apresenta alguns resultados interessantes. Um deles prende-se com a possível relação directa entre a % de homens que assumiram a sua homossexualidade (usou-se a pirosa e habitual tradução directa americanizada: "fora do armário") perante a sociedade e o grau de satisfação com a sua vida sexual. Por aqui, destaca-se a Holanda onde, segundo este inquérito, há 81% de gays (assumidos) e 69,2% de homens realizados sexualmente. Por outro lado, na Bósnia e na Macedónia, só, respectivamente, 7,4% e 13,6% dos homens é que assumem publicamente a sua homossexualidade e nenhum destes países atinge os 50% de inquiridos, no que toca à questão da felicidade na sua vida sexual.
Portugal, caso singular, não ultrapassa os 38,4% de homens que assumiram a sua atracção por outros homens, mas onde há 65,9% de homens satisfeitos com a sua vida sexual. E, partindo deste resultado, algumas outras questões se levantariam...

quarta-feira, dezembro 01, 2010

No hard feelings, just hard times



Emile Griffith é um famoso pugilista (sobretudo na década de 60), ex-campeão do mundo, que em 18 anos de carreira profissional, ganhou 85 - 25 por KO - dos seus 112 combates. Uma dessas vitórias ficou marcada no seu currículo por uma razão que jamais esquecerá.
Emile é homossexual e segundo os relatos da altura, Benny "Kid" Paret, o seu adversário desse fatídico dia, ter-lhe-á chamado "maricon". No assalto final/fatal, Emile perde o controlo e desfere consecutivos golpes a Peret, ao ponto deste ficar em coma. Passados alguns dias, Peret morre e tal acontecimento assombrará para sempre a vida deste campeão.
"Ring of Fire" retrata a história deste grande pugilista. Mas este documentário vale sobretudo pela sua reconciliação com o passado e que atinge o seu momento mais alto, já nos últimos minutos, com o emocionante encontro entre Griffith e o filho de Paret. A tragédia invadiu a vida destes dois homens, mas este magnífico momento demonstra como ambos souberam gerir com dignidade as suas mais profundas angústias.

(É uma pena que documentários deste calibre, sabe-se lá porquê, não passem nas salas de cinema portuguesas. Felizmente há alternativas. Ilegais, dizem eles.)

sábado, novembro 27, 2010

Até parece que foi de propósito, não foi?


Através de um reality show, um canal de televisão português mostrou no Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres como, numa relação tempestuosa, o álcool é só o rastilho que provoca a violência. A pólvora chama-se insegurança.
Mesmo que constinuasse a ser (como foi aliás) provocado pelos responsáveis do programa, o resultado, se fosse encenado, não sairia tão perfeito.

Logorama





Um dos autores desta interessante "curta animada", que ganhou este ano o Oscar nessa categoria, expliccou-a através destas palavras: logotypes are used to describe an alarming universe (similar to the one that we are living in) with all the graphic signs that accompany us everyday in our lives. This over-organized universe is violently transformed by the cataclysm becoming fantastic and absurd; it shows the victory of the creative against the rational, where nature and human fantasy triumph.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Finalmente o reconhecimento internacional... pelo melhor decote

É o que se diz por aí: sempre somos bons em qualquer coisa, afinal. Verdade.

segunda-feira, novembro 22, 2010

God @ Matrix

belo + belo = perfeito

Uma das mais belas "curtas" feitas este ano, acompanhada por uma magnífica canção dos The Irrepressibles (última faixa de "Mirror Mirror", 2010):

The Irrepressibles - In This Shirt (from the movie 'The Forgotten Circus' by Shelly Love) from Jerry88Jerry on Vimeo.

domingo, novembro 21, 2010

Porquê ter, se posso estar?

Há pessoas que só se cruzam uma única vez na vida comigo. Há momentos desses tão especiais que fico quase obcecadamente a desejar que se voltem a repetir. Regresso ao mesmo local, à mesma hora, no dia seguinte, dois dias depois, na semana seguinte... Até que um dia pode mesmo acontecer mas nunca será igual.

De onde vem essa obsessão em forma de desejo de te voltar a ver? Vem do ter, porque já não chega ver. Daqui à paixão (ou ao sexo) vai um passo demasiado curto. Tão curto que irremediavelmente é confundido com o meu sentido de posse. Mas porquê ter? Se há tantas outras formas de estar bem contigo. E eu estive tão bem contigo assim, senão jamais te diria "foi um prazer...".

sexta-feira, novembro 19, 2010

Yes he can!

O Obama é tão bom, tão bom, que até resolve os problemas de trânsito em Lisboa.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Tivemos a infelicidade


Algumas pessoas que fecham a loja para não justificar irresponsabilidades deviam ser fechadas em celas e sujeitas a experiências - sem anestesia

Esterilizações, castrações, simulações de cesarianas e anestesias. A todas estas práticas foram sujeitos animais saudáveis enviados pelo canil municipal para a Universidade de Évora e servirem de "cobaias" a alunos do curso de Medicina Veterinária. Depois, eram abatidos. (...)
"No meu primeiro ano do curso foi utilizada uma cadela para a parte da prática da disciplina de Anestesiologia. Todos os dias, de segunda a sexta-feira, aquele animal foi anestesiado e acordado. Até que no último dia foi abatido", refere uma aluna. No segundo ano, o cenário piorou, com cães a serem "abertos para aprendermos como se retira órgãos, como o baço. Por ser demasiado cruel, não voltei às aulas".
Situações confirmadas por uma ex-aluna do mesmo curso e que agora exerce numa clínica em Évora. "Cheguei a simular cesarianas em cadelas que não estavam grávidas e retirei órgãos, como o útero e os ovários". Tudo isto "em animais vivos e sem doenças". (...)
O presidente da autarquia, José Eduardo Oliveira, remeteu explicações para o veterinário municipal. Às acusações, António Flor Ferreira respondeu assim: "Estou a conduzir e a trabalhar desde as 5 da manhã. Já fechei a loja". Depois, desligou o telemóvel.

Passando à frente da parte repulsiva da história, trata-se, tal como foi dito pela senhora advogada da notícia, de ilegalidades. Ora sendo ilegal, não deveria acontecer. Acontecendo, os responsáveis devem responder por isso. Portanto, dizer que discorda e, para acalmar consciências, dizer que está a pensar (veja lá se não é muito incómodo) criar uma comissão de trabalho para "avaliar o que se está a passar em todas as instituições de ensino no país, questionando as universidade sobre que tipo de animais usam, e propor procedimentos de base para todas elas" que lá para 2020, se tudo correr bem, chegará a uma conclusão, Sra. Bastonária, sinceramente, parece-me pouco.

terça-feira, novembro 16, 2010

Portugal vai ao supermercado

Temos um défice ao nível do Banco Alimentar, para acalmar mercados e consciências, dizemos que compramos tudo no LIDL mas na verdade somos clientes do Pingo Doce, para depois querermos fazer parecer (dando-nos ao luxo de parar meia capital e arredores, por vários dias, para organizar cimeiras internacionais) que só adquirimos produtos no Club del Gourmet do El Corte Inglés.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Está quase (ups, cuidado com os penetras)

Microeconomias paralelas

Através de uma colega que vende Bimbys fico a conhecer um pouco mais da realidade social deste país. Não é que eu já não tenha sido confrontado antes com algo semelhante, mas por vezes preciso de ouvir este tipo de histórias da boca dos outros para encontrar uma melhor justificação a dar à minha revolta.

Tenho uma colega que vende Bimbys, desta vez foi fazer uma demonstração para um bairro de pequenas vivendas para os lados de Sintra. Ao ficar a saber previamente que se tratava de uma família de poucos recursos, que até auferia o Rendimento Social de Inserção, não deixou de estranhar a sua pretensão em adquirir um robot de cozinha no valor de 950 euros (em que até há a possibilidade de pagar a totalidade a pronto).

Esta admiração transformou-se em perplexidade quando a colega ficou a saber que afinal ambos os elementos do casal tinham profissões: ele era taxista e ela era engomadora. Poucos, ou quase nenhuns (sobretudo, no que diz respeito à parte da senhora) dos seus rendimentos eram declarados e isso poderá justificar a atribuição do RSI (cento e tal euros, já não me recordo bem se é o valor total ou se é por elemento do agregado familiar, mas isso para o caso até pouco importa). Os benefícios não se ficam por aqui. Ao chegar à cozinha, depara-se logo com todos os produtos, pedidos e necessários à confecção dos pratos da demonstração, em cima da mesa. Grande parte deles tinham o selo do Banco Alimentar.

Entretanto a conversa com a mulher continua a fluir para assuntos extra-domésticos, ao ponto da minha colega se inteirar melhor do estratagema financeiro da família. Os trabalhos de engoma que ela faz - ela e tanta gente por este país fora - não são declarados e prefere que os seus serviços (a maioria fixos) sejam pagos em dinheiro vivo. As contas bancárias são mantidas em saldos mínimos, pois todos os movimentos mais relevantes (transferências directas, por exemplo), que obriguem a utilização de uma conta à ordem, vão directamente para a conta de um outro familiar (não vigiado); este depois limita-se a converter o movimento em "cash" e devolvê-lo à verdadeira família beneficiária. Desta forma não há riscos da Segurança Social encontrar quaisquer rastos de negócios não declarados desta autêntica economia paralela. A denúncia é a solução, mas uma vendedora de Bimbys com uma tentadora comissão em vista, corre sempre o risco de fazer parte dela (economia paralela).

O problema deste país começa também por este chico-espertismo saloio, da falsa pobreza e das microeconomias paralelas. E o pior é que por aqui, há ainda quem ache que não teve qualquer contribuição para a falência de um estado, como ainda acha um verdadeiro escândalo ele ameaçar (por questões de austeridade) fazer uma pequena redução no seu subsídio (RSI) para o próximo ano.

sábado, novembro 13, 2010

I never was smart with love




And I never was smart with love
I let the bad ones in and the good ones go
But I'm gonna love you like I've never been hurt before
I'm gonna love you like I'm indestructible
Your love is ultra magnetic and
it's taking over
This is hardcore
And I'm indestructible

sexta-feira, novembro 12, 2010

quinta-feira, novembro 11, 2010

Um adeus especial ao "Senhor do Adeus"


Ninguém ficava indiferente à sua presença e ao seu simpático aceno, no final do dia para os lados do Restelo e, já durante a noite, no Saldanha, em Lisboa. Para uns não era mais que um demente, não muito diferente dos que se costuma encontrar para os lados da Av. do Brasil, para outros seria alguém com uma história interessante e que se entretinha a dizer adeus aos outros para afugentar a sua solidão. Ninguém se resume a um gesto, ele pode ser só uma boa razão para aproximarmo-nos dos outros.

terça-feira, novembro 09, 2010

Naaaaaaaãaaaaaaaããaaaaaaaaaaaaaaaaaaããaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!



Tony de Matos Depois
Raúl Indipwo Aqui
Marceneiro Anteontem
Madredeus a 25 de Janeiro de 2045
...
Bom Senso Nunca

Esta teoria de pegada ecológica é uma enorme canseira mas parece que fica bem começar por pormenores


O que dizer da coerência daquela parte do programa ecológico-educativo "Desafio Verde" (RTP2), quando os apresentadores proíbem um membro da família escolhida de fazer banhos de imersão, ou outro de comprar água engarrafada e fazer o "pequeno sacrifício" de bebê-la pela torneira, quando há uma bela e longa piscina lá fora para sustentar? Sei lá, esta ideia em forma de concurso até podia ter saído da cabeça de um administrador da Fundação EDP (a patrocinadora do programa) enquanto accionava o "modo eco" do seu BMW X7.

segunda-feira, novembro 08, 2010

quarta-feira, novembro 03, 2010

"Com SUSTEX, você passa a andar direitinho num instantex"

This robot ain't shit at all

Marcus Lambkin (aka Shit Robot), DJ e produtor, é um dos principais responsáveis pela criação da DFA, a famosa editora dos LCD Soundsystem.
As influências do disco que lançou recentemente vão do acid house ao electro, e, como se esperava, tem momentos em se evidencia mais a contribuição da banda de James Murphy, ao ponto até de um dos seus elementos (a Nancy Whang) ceder a sua voz para uma deliciosa e viciante "malha".

terça-feira, novembro 02, 2010

Como o inter-relacionamento continuado pode estar longe de produzir unanimidade

Já se sabe que o melhor que se pode aproveitar de alguns reality shows é a sua vertente sociológica e comportamental. Há outros que nem isso. Não é o caso de Unan1mous.
Nove estranhos são fechados num bunker com o objectivo de encontrar, por sistema de votação anónima através de uma decisão unânime, um e só um justo merecedor de um prémio chorudo - 1,5 de milhões de dólares (na versão original da FOX). Se algum concorrente não conseguir superar o isolamento, entre outros obstáculos, que o desafio possui, e desistir, o prémio é cortado automaticamente para metade - uma das regras do programa.
É sobretudo curioso ver, ao longo da evolução do concurso, a dispersão do sentido de voto do grupo e, assim, este afastar-se cada vez mais do seu objectivo principal: a unanimidade na “simples” escolha de um vencedor.
Este concurso prova que, acima de tudo e ao contrário do que se possa pensar, com o aumento do tempo de convívio entre as pessoas, elas tem mais tendência a afastar-se do que a solidarizar-se. Bom, os interesses monetários e uma produção especializada a criar conflitos também terão alguma influência.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Para poupar nos preços só tivemos que dispensar o corrector ortográfico

Phaeleh


De novo, a música electrónica. Para os especialistas da "cena", o verdadeiro dubstep e derivados (2step, uk garage, grime, ...) deverá ser essencialmente frio e inflexível e o outro lado, um dubstep mais emocional, só se reconhece (ou neste caso até, literalmente, nem por isso) uma cara: Burial. Portanto, pouco me admira que nomes como Pariah, Synkro e Phaeleh sejam tão pouco divulgados.
Dos dois primeiros, já há por aí algumas provas evidentes de como estamos perante uma certa injustiça. Quanto a Phaeleh, ao lançar o seu segundo LP esta semana, tornou-se, na minha opinião (óbvio), num dos melhores produtores contemporâneos de música electrónica.
"Fallen Lights" é um disco onde se demonstra a versatilidade de um DJ inteligente, que tanto aposta nas tendências mais revivalistas e melódicas do chillout como no lado mais purista do dubstep. É justamente nos momentos em que estes extremos se tocam, que o resultado se torna verdadeiramente surpreendente. Junta-se a isto, as vozes femininas e vários pormenores de instrumentos de cordas para tornar tudo ainda mais encantador, relaxante, atmosférico e misterioso, para além de fazer da sua audição - de preferência via headphones - uma experiência única e arrebatadora.

segunda-feira, outubro 25, 2010

sábado, outubro 23, 2010

Uma televisão pública de excessos

O crítico de TV, Eduardo Cintra Torres (ECT), elaborou uma lista de 10 medidas que permitiriam ao estado português poupar muito dinheiro com a RTP. Logo ao 2º ponto pode-se ler isto:

2. Fundir a RTP Internacional e a RTP África num único canal. Como representação do Estado e exportação de Portugal, é suficiente. Haver dois canais é uma sobrecarga desnecessária paga pelos contribuintes.

ECT esqueceu-se de referir que a RTPi tem vários subcanais: América, Ásia e Europa. E, por acaso, também ainda está para aparecer alguém que me faça entender a importância de ter um canal específico para cada continente. Até chegar esse momento, acho todos esses canais desnecessários - no mesmo sentido de haver cinco administradores, seis directores de informação (mais seis para a RDP) e por aí fora. Para além de que todas aquelas programações não fazem qualquer sentido. Já espreitaram? Estou mesmo a imaginar os pensamentos de um tuga, a viver em Singapura, ao chegar a casa, depois de um stressante dia de trabalho: "Epá agora o que me apetecia mesmo era assistir ao festival internacional de folclore da ponta do sol... O que seria de mim sem a RTPi Asia?".
Outro exemplo? Na passada quinta-feira, não parou de chover de forma intensa na ilha da Madeira, pelo menos, desde das dez da manhã até às quatro da tarde. Os ribeiros encheram-se, houve inundações em algumas zonas, as estradas ficaram condicionadas, a Av. do Mar no Funchal ficou, tal como na tragédia de 20 de Fevereiro do corrente ano, submersa, houve famílias desalojadas, … E a RTP Madeira "pediu desculpas" ao público do "Portugal no coração" por interromper a sua emissão, às 17:00, para dar as primeiras informações sobre o caso. Vá lá que, desta vez, ninguém tinha morrido.

quinta-feira, outubro 21, 2010

terça-feira, outubro 19, 2010

Madeira III

Nos arredores da zona de pesca da vila de Ribeira Brava, não muito longe da "baixa", dos seus muitos cafés e (respectivas) esplanadas viradas para o mar e para o turista, pode-se contemplar esta moderna pintura "expressionista":


De facto: há imagens que valem por mil palavras - mas quando se complementam tornam tudo ainda mais evidente. Só não acredita quem não quer ver (ou ler) ou é presidente da região autónoma.

Madeira II


Ponta de São Lourenço

domingo, outubro 17, 2010

O mesmo não se pode dizer em relação ao "entre-se" pela gramática

Daqui.

Madeira

Trata-se da minha estreia por terras da Madeira. Como primeiras impressões, para além da constatação da beleza natural da ilha, sou surpreendido com um dialecto local cerrado que me escapa por entre os ouvidos. Necessito urgentemente de um serviço de tradução rápida, semelhante ao que as televisões regularmente usam quando passam reportagens em algumas ilhas dos Açores.
Há simpatia e humildade quase na mesma proporção de bananeiras e os condutores de velocidades radicais contrastam com a pacificidade que esta ilha transmite. Também noto alguma rigidez, que pode ter ficado logo demonstrada num pacato cafezito, não muito longe do aeroporto, onde vi negado o pedido de uma simples torrada, quando a tosta mista consta da ementa. Entretanto fiquei a saber que alguém terá passado por uma experiência idêntica ao pedir um bitoque sem ovo. Consta que só o bitoque (simples, reforce-se) estaria tabelado. Não tem preço, também, estas hilariantes particularidades de um povo!

quinta-feira, outubro 14, 2010

Diz que vão sair de um buraco para se meter noutro



De facto, são nestes momentos que ficamos a conhecer a natureza humana. O Ferreira Fernandes já escreveu qualquer coisa bonita e importante sobre o assunto. Mas entretanto há outras curiosidades. Como esse súbito desejo de oficializar os relacionamentos quando se está em situações limite. Com isto houve quem descobrisse que o seu marido (mineiro) tinha uma amante. Mas algumas outras chilenas (e não só) descobriram a fórmula mágica para fazer os seus homens casar. Parece que basta soterrá-los durantes 2 meses que eles renascem, de barbinha feita e de óculos da Tifosi, a trautear a marcha nupcial.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Declaração amigável


Mesmo longe das suas contabilidades, um Técnico de Contas nunca deixa de declarar a verdade dos factos. Mas, por mais amigável que ele possa ser, isso pode-lhe trazer certos dissabores.

terça-feira, outubro 12, 2010

Os homens segundo Inês Pedrosa


Por alturas do lançamento do seu mais recente livro, Inês Pedrosa disse isto à Time Out:

"Não há géneros, há pessoas. O que me interessou perceber neste livro – e eu escrevo para me aproximar daquilo que não percebo – foi como lidar com o conceito de amizade entre os homens. A amizade é a matriz das relações neste início de século. A possibilidade de escolher as pessoas que povoam a nossa biografia mudou a nossa vida. E a amizade surge dessa dispersão, é o que perdura."

Mas o seu livro revela uma nítida diferença de géneros (ou pelo menos de comportamentos), ao qual ela tenta justificar:

"Há uma diferença no entendimento da amizade. As mulheres são mais frontais, mais exigentes, os afectos são mais cultivados, e os cortes são por isso mais radicais."

É por isso que cada um dos personagens (homens) de "Os Íntimos" sente-se confortável entre amigos. Mesmo quando está perdido, há uma parede sólida para reconhecer, tactear e prosseguir:

Somos libertários e conservadores, cavalheiros e carroceiros, apreciamos um sentido de tribo que já não se usa nem se defende, a não ser forrado de penas e cercado por cubatas. Sabemos destrinçar o bem do mal, separar as espinhas de uma cabeça de peixe, dizer se um vinho presta só pela cor e pelo cheiro, chegar ao osso de um leitão. Guiamo-nos por saberes arcaicos sem nos rendermos ao engodo do arcaísmo que encadeia a era em que nos coube nascer. Gozamos um privilégio de existir num país amestrado pela liberdade, embora cerimonioso e parco com ela. É o que se pode ler na página 25 deste interessante livro. É interessante e está irrepreensivelmente bem escrito, é outro facto, mas vive demasiado dos estereótipo. E há por lá tantos...

Um homem que não saiba guardar um segredo não é bem um homem. O secretismo é uma das pedras basilares da masculinidade, tal como o respeito pelas hierarquias e pela autoridade. A compaixão é uma armadilha do mulherio que deita tudo a perder.

As mulheres são muito dadas à correspondência. Os Correios deviam ter promoções especiais para mulheres. Podem ser as primeiras a agarrar-se ao email, ao facebook e ao twitter, mas continuam a gostar de escolher selos, postais, cartões e papel perfumado. São imbatíveis em correspondência amorosa, e têm consciência disso.

segunda-feira, outubro 11, 2010

Too sexy for my scanner


Não há vegans gordos, PETA?
No entanto parece que a publicidade está a ser recusada nos aeroportos porque a imagem é "too sexy". Cuidado, porque isto é gente para ter um ataque cardíaco ao folhear um catálogo da Victoria's Secret.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Ao herói anónimo


Era véspera de feriado e esta podia ser a melhor justificação para que naquela manhã de segunda-feira, o tráfego rodoviário na Ponte 25 de Abril para Lisboa, estivesse menos compacto que o habitual. Alguns desses automobilistas, após pagamento da portagem, entram apressadamente no tabuleiro da ponte, sem no entanto deixar de estranhar a presença de um homem que se desloca pela berma, a pé, no mesmo sentido do trânsito. Esta estranheza dura poucos segundos, pelo menos até que os compromissos pessoais voltem a assolar os seus pensamentos, para além do desejo de aproveitar o bom escoamento do trânsito daquele atípico dia útil.

João, caminha cabisbaixo, abstraído dos carros que circulam velozmente à sua esquerda. Sentia o corpo dormente e a alma entorpecida pelos mais recentes acontecimentos. Os mesmos acontecimentos que não o deixavam dormir há quase 48 horas. Estava a passar por um processo devastador de divórcio, que o deixaram arrasado e desmotivado. Enquanto foi casado o seu grupo de amigos nunca parou de crescer, no entanto, após o anúncio da separação, aquelas amizades, possivelmente, para evitar os conflitos propícios de tomar uma das partes, foram-se gradualmente afastando. Mais isolado que nunca, sem a possibilidade de poder estar com os filhos como desejaria, a vida nunca lhe tinha deixado de fazer tanto sentido como aquela fase que atravessava e só encontrava lógica num objectivo... Foi por isso que tinha saído de sua casa naquela manhã de segunda-feira e é a razão pela qual continua a caminhar, convicto - e agora olhando em frente e para cima - ao longo daquela enorme ponte de aço. Passados alguns minutos, pára, sem nunca deixar de olhar para o horizonte. Algumas nuvens cobriam o céu azul que, de certa forma, o tranquiliza. Também contempla o Rio Tejo - o mesmo que está acerca de 190 metros abaixo do local onde se encontra. Tinha chegado o momento. Ao consciencializar-se que já não haveria ponto de retorno, emociona-se e chora pela última vez, ao mesmo tempo que se vai segurando firmemente a um dos fios de aço paralelos (que fazem a ligação a um dos cabos principais de suspensão da ponte), para facilitar a levitação da perna esquerda...

O autocarro nº 162 da Transportes Sul do Tejo recebeu os seus últimos passageiros nas imediações do local das portagens. Estava a ser um percurso normal, com a anormalidade do cumprimento de horários de chegada aos apeadeiros. Assim que deu entrada na ponte, o seu motorista é surpreendido por um repentino abrandamento da marcha dos carros que seguiam à sua frente. Alguns metros mais à frente pôde constatar o motivo: estava um homem de meia-idade a preparar-se para saltar da plataforma da ponte. Não hesita. Pára o autocarro, abre a porta e sai em direcção do suicida, deixando os seus passageiros boquiabertos e uma fila de condutores impacientes atrás de si.
Encontra um homem no seu mais elevado nível de desespero. Chora descontroladamente e está a poucos segundos de se precipitar para o salto. O motorista nem pensa nas consequências que a sua aproximação possa ter naquele homem. Não há tempo para indecisões, bruscamente agarra-o, puxa-o para si e dá-lhe um forte abraço. Foi forte, mas também foi sobretudo longo e sentido. Prolonga-se até sentir que estavam ambos, à sua maneira e nas devidas proporções, mais calmos.
Até chegar uma ambulância (que alguém terá chamado via 112), aqueles dois homens ainda tiveram tempo para trocar algumas palavras. O motorista tentando sempre convencer o homem de que a esperança nunca morre e, se não houvesse qualquer outra causa, seria por ela, que deveria continuar a viver.



Esta pequena história podia ser ficção, mas não é. Aconteceu segunda-feira passada. E dedico este post à bravura do herói desconhecido, em geral, e àquele condutor do autocarro nº162 da TST, em especial. Ser herói hoje, pode passar por essa simplicidade de deixar o conforto do assento do nosso carro, parando o trânsito, para ir dar um abraço a alguém. Imagine-se que isso até pode dar-lhe outro sentido à vida. Não valerá a pena?

terça-feira, outubro 05, 2010

Estudos

(clicar para ampliar)
As principais conclusões do grande estudo, realizado pela Universidade do Indiana, sobre os comportamentos sexuais dos americanos, o National Survey of Sexual Health and Behavior (NSSHB), parecem-me pouco surpreendentes e, algumas delas até, acabam por descredibilizar os seus resultados e dar razão às minhas piores suspeitas acerca da verosimilitude de alguns destes inquéritos – como já tinha acontecido aliás com este realizado recentemente no Reino Unido.
Senão, leia-se:
- 1 of 4 acts of vaginal intercourse are condom protected (1 in 3 among singles).
- About 85% of men report that their partner had an orgasm at the most recent sexual event; this compares to the 64% of women who report having had an orgasm at their most recent sexual event. (A difference that is too large to be accounted for by some of the men having had male partners at their most recent event.)
- Men are more likely to orgasm when sex includes vaginal intercourse; women are more likely to orgasm when they engage in a variety of sex acts and when oral sex or vaginal intercourse is included.
- While about 7% of adult women and 8% of men identify as gay, lesbian or bisexual, the proportion of individuals in the U.S. who have had same-gender sexual interactions at some point in their lives is higher.
(…)



Numa sociedade de aparências até faz todo o sentido dizer que só 8% dos americanos têm ou tiveram experiências homossexuais, pois, obviamente, esta percentagem não inclui quem faz de uma orientação sexual, um hobbie secreto e alternativo. Esta ausência de realismo deve-se sobretudo a alguns dos métodos de recolha utilizados na obtenção das respostas. Por exemplo, um questionário cara-a-cara, ou até mesmo via telefone, não dá a privacidade que este tipo de assuntos exige. Para além de que, nem estes estudos, nem qualquer outros até hoje realizados, jamais podem garantir a total sinceridade da resposta do entrevistado. Assim sendo, continuaremos a debruçar-nos sobre resultados ligeiramente tendenciosos e, pior: socialmente correctos.

Falando agora de outras investigações mais interessantes, o Ricardo Fuertes, do GAT Portugal, enviou-me há dias algumas novidades sobre o estudo que falei, por aqui, no passado mês de Junho.

De acordo com os coordenadores do EMIS “este é o maior estudo internacional
jamais realizado sobre homossexualidade masculina”.
Portugal esteve bem representado com mais de 5 400 respostas. Se tivermos
em conta o número de habitantes de cada país, Portugal foi o 4º país com maior
participação (atrás da Alemanha, Suíça e Luxemburgo), com 5,1 respostas por cada
10 000 habitantes.
Os 18 distritos de Portugal e as duas regiões autónomas estiveram representadas,
assim como os HSH estrangeiros residentes em Portugal (foram recebidas
respostas de residentes em Portugal nascidos em 50 países). Também existiu uma
elevada participação de HSH que vivem com VIH (7%).
Os resultados do EMIS fornecerão dados relevantes para a planificação e
implementação de intervenções de prevenção e de serviços de saúde sexual para
HSH.
O GAT e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto estão muito satisfeitos
por fazer parte deste estudo pan-europeu, e agradecem às entidades envolvidas
na sua divulgação e às pessoas que aceitaram responder ao questionário.
Para mais informações sobre o Projecto EMIS consulte o site www.emis-
project.eu e ou entre em contacto com os parceiros portugueses através do e-mail
ricardofuertes@gatportugal.org.
Alguns resultados e relatórios preliminares serão publicados a partir de Dezembro
deste ano.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Um big churrasco na "Casa dos Degredos"


O novo "Big Brother" é afinal um "Bunny Ranch" à portuguesa. Senão veja-se: o que faz uma playmate, uma acompanhante de luxo, alguém que já teve mais de 250 relacionamentos, alguém que teve um caso com um jogador de futebol da selecção portuguesa, um ex-dono de um bar de alterne, um ex-assaltante de bancos, um pastor de "Baiãoe" (que só veio uma vez ao sul, nomeadamente ao Montijo, para comprar porcos), dois irmãos gémeos directamente saídos da escola de seguranças de casas de animação nocturna do norte, dois casais, um falso, outro verdadeiro mas armado em falso, alguém com um transtorno obsessivo-compulsivo, (…) no mesmo espaço? Serão estas pessoas, certamente, tantas outras coisas, mas foi por "isto" que foram contratados e são estes os seus segredos prontos a serem revelados.
Antes, na outra "Casa", a química ia acontecendo ao sabor do acaso e da saturação de estar limitado ao espaço de alguns metros quadrados, nesta "Casa dos Segredos" dispensa-se os preliminares (a organização do programa tratou disso), para que o resultado não seja outro que um "grande churrasco". É só isso que nós, uns mais "abutres" que outros, queremos comer, enquanto, para já, salivamos cá do alto com os belos nacos que vão sendo colocados em cima da grelha.
Venham para a mesa que a paparoca vai ser servida no canal do costume... E ninguém pode dizer que não sabe qual é a ementa.

sábado, outubro 02, 2010

quinta-feira, setembro 30, 2010

A latosa

Das medidas de austeridade apresentadas, destaco favoravelmente a redução progressiva dos salários dos funcionários públicos acima dos 1500 euros, mas por outro lado, continuo a achar, nestas condições, um erro o aumento de impostos indirectos (IVA e logo 2 pontos percentuais?!).
Poderia até congratular o Sr. Teixeira do Santos por finalmente ter incluído um tal "imposto sobre o sector financeiro" no pacote, não tivesse ele sido anunciado de tal forma, sem qualquer detalhe e objectividade. Assim, faz transparecer que esta é mais uma daquelas medidas só para acalmar consciências (sobretudo as de esquerda, que já a pedem há tanto tempo). Seria esta a primeira medida a não passar do papel dos compromissos?

A dívida da Estradas de Portugal (EP) disparou mais de 30 vezes num curto espaço de cinco anos. Segundo o seu relatório e contas referente a 2009, o endividamento da empresa responsável pelo sector rodoviário em Portugal passou de 50,5 milhões de euros em 2005, primeiro ano em que contraiu empréstimos, para 1.507,3 milhões de euros no final do ano passado.
Já em 2010, na Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Almerindo Marques, presidente da EP, admitiu desde logo que a sua empresa iria ultrapassar o limite de crescimento imposto pelo PEC relativamente ao endividamento das empresas públicas: 7%. Pelo que soube hoje no noticiário matinal da RTP, segundo as mais recentes estimativas, essa percentagem já ultrapassou os 40%! A ANA, a Refer e a Transtejo estão num caminho idêntico (mas não com um desfasamento tão dilatado desses 7% exigidos).

Ora, se as suas próprias empresas e entidades, algumas aparentemente com estatutos e regras muito próprias e independentes - sempre que falo disto, vem-me à memória o caso do Sr. Viegas Vasconcelos, ex-presidente da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) que demitiu-se e foi para casa ganhar 12.000 euros mensais durante 2 anos, porque assim estava consagrado nos estatutos dessa entidade pública, ao contrário do que diz o estatuto do gestor público - não cumprem os compromissos estabelecidos nos pactos propostos para reduzir o défice, com que direito (ou latosa) pode vir agora o Sr. Ministro das Finanças pedir mais sacrifícios do lado da receita?

Resumindo: as receitas públicas, bem ou mal, justa ou injustamente, com os aumentos dos impostos, continuam asseguradas, a grande questão é que, pelos vistos, não podemos dizer o mesmo do lado de todas as despesas.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Não eramos nós que tinhamos um "big issue" com o bullying?

"Now, I am also the commander in chief of an armed forces that is in the midst of one war and wrapping up another one. So I don't think it's too much to ask, to say 'Let's do this in an orderly way' — to ensure, by the way, that gays and lesbians who are serving honorably in our armed forces aren't subject to harassment and bullying and a whole bunch of other stuff once we implement the policy. I use that as an example because on each of these areas, even those where we did not get some grand legislative victory, we have made progress. We have moved in the right direction." (Barack Obama, falando sobre a regra DADT, na Rolling Stone)

Porreiro, pá. Agora é preciso voltar a sua atenção para as escolas. Isto se quer que os seus putos mantenham-se vivos até chegar à idade de ir para a "tropa". Infelizmente, já não vai ser o caso deste, deste e deste...
Acreditem: o nosso bullying é uma espécie de palmadinha nas costas, quando comparado com o de uma certa realidade norte-americana. A incompetência das direcções destas escolas face a estes recentes casos, revela que, nos estados mais conservadores, o lobby das associações pró-família-tradicional-cristã está bastante bem integrado na sociedade.

terça-feira, setembro 28, 2010

E assim se cozem as linhas do desejo

when you were young
and your excitement showed
but as time goes by
does it outgrow

is that the way things go
forever reaching for the goal
forever fading black
comes a glow

segunda-feira, setembro 27, 2010

Como diz um colega: "na América é tudo em grande e assustador, a começar nas mamas das gaijas..."

... e acabar nos fenómenos meteorológicos, completo eu.

Mais fotos deste fenómeno: aqui.

Boucherices


"Olha, vais continuar nessa onda hippie-freaky-chique de esquerda ou emitas a madonna?... Queres salvar focas ou cantar música pop?" - Idolos 2010

domingo, setembro 26, 2010

quinta-feira, setembro 23, 2010

Natasha Bedingfield, 2010


Natasha Bedingfield - Strip Me from lovekeepscalling on Vimeo.



Everyday I fight for
All my future somethings
A thousand little awards
I have to choose between
I could spend a lifetime
Earning things I don’t need
That’s like chasing rainbows
And coming home empty
And if you strip me,
Strip it all away
If you strip me,
What would you find
If you strip me,
Strip it all away
Ill be alright
Take what you want
Steal my pride
Build me up
Or cut me down to size
Shut me out
But I’ll just scream
Im only one voice in a million
But you aint taking that from me


Natasha Bedingfield - Touch (HQ) from Henrietta-Aime-Fumer_Tv on Vimeo.



Every choice we make
And every road we take
Every interaction
Starts a chain reaction
We're both affected when we least expect it
And then when we touched
And it all connected

O Jeunet fez outro filme para sonhar



Lisboa 15 de Outubro 22:00 Cinema São Jorge (sala 1).Guimarães 21 de Outubro 21:30 Centro Cultural Vila Flor.Porto 22 de Outubro 19:30 Passos Manuel.Faro 24 de Outubro 21:30 Teatro Municipal de Faro.Coimbra 09 de Novembro 21:00 Teatro Académico de Gil Vicente.

quarta-feira, setembro 22, 2010

Um país a duas velocidades



Estes 1667 euros fazem-me lembrar a história dos dois pobres que tinham para partilhar dois frangos, em que um deles comeu tudo, restando nada para o outro. Depois veio um senhor das estatísticas, faz a média e declara que cada um comeu um frango. Por outro lado, a história desses 583 euros mais a norte, terá sido mesmo uma "criação" das multinacionais ou não dever-se-á mais a uma certa subjugação a uma relação quase feudal, liderada por essa entidade tão venerada e comummente conhecida por "grande empresário do norte"? Depois, parte-se sempre do (mau) princípio de que o valor do salário é o único indicador que estabelece uma relação directa e proporcional com a qualidade de vida.

Ia falar outra vez no trânsito, mas isso não é um problema para um Gestor de Projecto de Oeiras que, ganhando acima da média, trabalhará certamente também muito acima da média, só circula na A5 a partir das 8 horas da noite e aí, se não houver acidentes, os 10Km, que tem de percorrer até chegar a casa, conseguem ser realizados em menos de meia-hora. Ao chegar ao seu T2, com acabamentos de luxo e piscina no condomínio que nunca foi por si estreada, que lhe custou mais de 300 mil euros e que continuará hipotecado durante vários anos numa instituição bancária, tem o resto do serão para comer qualquer coisa preparado pela empregada, enquanto lê os emails e prepara as reuniões do dia seguinte. Dorme e o pesadelo recomeça na manhã seguinte (quando o horário de entrada é mais universal e menos flexível), na A5… Como é mesmo a vida em Freixo de Espada à Cinta?
No Freixo não há mercado para Consultores SAP, mas ninguém escolhe o Freixo para engolir SAPos. É mais uma trutazinha fresca no forno.

(Hora de ponta em Freixo de Espada à Cinta)

terça-feira, setembro 21, 2010

segunda-feira, setembro 20, 2010